O Tecon Salvador (BA ) realizou operações com dois novos modelos de contêineres tanque (isotanks). Com capacidade de manter a carga aquecida durante todo o trajeto, esses equipamentos vêm sendo utilizados para transportar por via marítima produtos como pasta de cacau e manta asfáltica. Nas operações desses dois tipos de cargas foram utilizados 12 isotanks no total. Fabricados em aço inox, esses equipamentos são produzidos conforme a norma ISO. Por ficarem dentro de uma estrutura resistente, eles conseguem ser alocados com segurança nos navios. Os isotanks pertencem à empresa MissionLine Logistics, representante da GEM Containers e da TEC Bitutainer, e são importados de Singapura e dos Estados Unidos por meio do terminal de contêineres do grupo Wilson Sons.
No caso da pasta de cacau, produzida em Ilhéus, no Sul da Bahia, são utilizados isotanks heaters, com capacidade de 20 mil litros, para exportação do produto à Argentina. Esse tipo de contêiner, que mantém a temperatura em 70°C, possui dispositivo que mistura a pasta, conservando suas propriedades. O equipamento também tem um sistema que possibilita verificar qualquer alteração na carga durante a viagem ou armazenamento. Anteriormente, a exportação da pasta de cacau era feita por rodovia em caminhões cisterna ou isotanks standard.
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Para operação com manta asfáltica na região Norte, foram importados isotanks bitutainers, com capacidade de manter a temperatura em até 170°C e carregar 20 mil litros, próprios para transportar esse tipo de produto. Os contêineres saem vazios do terminal e chegam por cabotagem a Manaus (AM). Depois, seguem por barcaça para receber a carga das refinarias da região. Esse deslocamento antes era feito por carretas tanques e em balsas por via fluvial. Os administradores do terminal ressaltam que a nova logística permite a otimização do transporte intermodal, com redução de custo e utilização de apenas uma ferramenta de logística para toda a viagem, o que diminui as transferências do produto e a poluição potencial e perda de carga.
Os desenvolvedores afirmam que o transporte marítimo com esse equipamento especial permite uma operação mais ecológica, com menor emissão de carbono, e melhor custo-benefício, em comparação com o modal rodoviário — mesmo considerando as tarifas portuárias, preservando a qualidade da carga e mantendo a temperatura ideal para o transporte. "Esse é um passo importante para o desenvolvimento de uma logística integrada e inovadora no setor alimentício da região”, explica a gerente comercial da MissionLine Logistics, Alessandra Torazan.
A diretora comercial do terminal, Patrícia Iglesias, destacou que a operação atende a uma demanda dos clientes da empresa, além de reforçar a posição do Porto de Salvador nas regiões Norte e Nordeste. Com capacidade para movimentar 435 mil TEUs por ano, o Tecon Salvador conta com quatro mil m² de armazém alfandegado, 674 tomadas frigoríficas, 11 RTGs (sendo nove elétricos) e seis portêineres (STS), dos quais três são do modelo super postpanamax.
Por Danilo Oliveira
(Da Redação)