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Teles Pires: usina é entrave ao agronegócio

A construção da usina hidrelétrica (UHE) de Teles Pires nem mesmo foi leiloada e já é considerada um entrave ao agronegócio mato-grossense. Isto porque o projeto da UHE não considera a construção conjunta de uma eclusa, fato que permitiria um novo corredor para exportação de 60% da produção de grãos de Mato Grosso.

Segundo o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Carlos Fávaro, a não contemplação do projeto da eclusa é o mesmo que se desperdiçar dinheiro público, pois é sabido que o modal hidroviário é muito mais eficiente que o rodoviário ou ferroviário.

“O custo em logística seria quatro vezes menor se o Estado pudesse contar com uma via de escoamento através do Teles Pires”. As commodities sairiam de Sinop, sendo levadas até a cidade pela BR-163, e percorreria o Teles Pires, desembocando no Porto de Santarém, no Pará.

O presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, diz que o setor se mobiliza para ao menos constar no projeto da construção da usina a abertura do canal, onde seria construída a eclusa. “Tem que haver o interesse em viabilizar a hidrovia em Mato Grosso, pois será a grande solução de logística do Estado, que é a mais cara do Brasil”.

Galvan explica que caso não consigam contemplar ao menos a derrocada do canal, juntamente com a construção da UHE, o gasto para fazê-lo em outra ocasião seria 90% superior. “Em conjunto com a usina representaria apenas 6% a 7% da obra”.

O assessor jurídico do Sindicato Rural de Sinop, Orlando César, revela que além de documentos entregues para a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema-MT) durante a audiência pública da construção do complexo Teles Pires, apontando tal entrave para sua construção, o setor irá entrar com uma ação civil pública com base na Lei n° 6.733/97, que trata do gerenciamento dos recursos hídricos e afirma a obrigatoriedade do uso múltiplo das águas, "devendo o Teles Pires ser usado para a navegação também, e não exclusivamente para a geração de energia”.

O professor do Departamento de Energia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Dorival Gonçalves Júnior diz que sem a construção a eclusa o Teles Pires não será mais navegável. “Porém, tal episódio não traria nenhuma prejuízo para Mato Grosso, apenas para os grupos interessados na exportação dos grãos”.

Gonçalves ainda ressalta que para os consórcios de energia elétrica não é interessante construir as eclusas junto com a UHE, visto o setor de transporte no Brasil não trazer um retorno vantajoso para se investir. “Diferente do segmento energético, que possui um taxa de retorno de capital de 20%”.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável pelo projeto da UHE, garantiu que até o momento não existe nenhum projeto de construção de eclusa para a usina Teles Pires.

Fonte: Folha do Estado/ExpressoMT

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