Fuzileiros fazem proteção de terminal portuário
Desde a manhã de ontem, o terminal da Braskem no Superporto do Rio Grande está ocupado por uma tropa de fuzileiros navais, armados com fuzis, pistolas e metralhadoras de longo alcance (mais de 1.000 metros) calibre ponto 30. Fuzileiros também estão no Rádio Farol da Marinha. Na área da raiz dos Molhes, é o Exército que se faz presente, com uma bateria de canhões de 105 milímetros e uma metralhadora calibre ponto 30. O canal de acesso ao Superporto rio-grandino é protegido pelo navio balizador Comandante Varella e duas lanchas da Capitania dos Portos. Na área de mar, em um espaço de 180 quilômetros por 90, tendo como centro a Boca da Barra, atuam uma aeronave P-95 da Força Aérea Brasileira (FAB), fazendo busca aérea, mais o rebocador de Alto-Mar Tritão e o navio patrulha Babitonga. Na parte marítima mais próxima ao porto, há um helicóptero esquilo UH-12, armado com foguetes contra navios.
Este clima de guerra faz parte de um exercício de defesa de porto que o Comando do 5º Distrito Naval está realizando no terminal da Braskem. O exercício, denominado Operação "Deportex-S", consiste em uma simulação de guerra assimétrica (com grande desequilíbrio de forças entre as duas partes e de organização) entre dois países fictícios (Azul e Vermelho), com o intuito de treinar as tropas da Marinha, inclusive na atuação conjunta com o Exército e a Força Aérea, em ações de defesa de porto contra ameaças externas. Os fuzileiros fazem parte do País Azul e atuam na proteção das instalações do terminal da Braskem contra as ações do País Vermelho. Mesmo sendo uma simulação, ninguém entra no terminal sem ser devidamente identificado e os veículos são vistoriados. O Exército, o navio balizador, as duas lanchas da Capitania, o Tritão, o Babitonga e as duas aeronaves pertencem ao País Azul.
O papel do País Azul é evitar a invasão da Braskem, a entrada da Corveta Imperial Marinheiro no porto, uma vez que ela faz parte do inimigo - País Vermelho, e proteger as boias do canal de acesso, o Rádio Farol e a própria bateria do Exército, conforme o capitão dos Portos do Rio Grande do Sul, Sérgio Luiz Correia de Vasconcelos, Comandante de Defesa de Porto (Comdepo) na operação. As Forças Navais de Azul, posicionadas na área marítima, tem que evitar os ataques simulados da Corveta Imperial Marinheiro, pertencente ao País vermelho. O inimigo trabalha com a corveta Imperial Marinheiro e ainda com sabotadores e mergulhadores. Ao longo do exercício, são realizadas ações simuladas de sabotagem ao canal e ao terminal portuário, bem como ataques por via terrestre ou com uso de barcos. E o País Azul tem que impedir que se concretizem.
Ontem, até o meio da tarde, já tinham ocorrido quatro tentativas de ataque interceptadas pelos Azuis. A aeronave da FAB detectou a corveta Imperial Marinheiro tentando entrar no canal e comunicou o navio Babitonga, que avisou o helicóptero e este atacou, com tiro simulado, a embarcação inimiga, impedindo sua ação. As outras três tentativas foram de sabotagem no terminal da Braskem, as quais terminaram com os sabotadores presos. Um destes era uma mulher - uma militar disfarçada. A partir de uma sala do Grupamento de Patrulha Naval, localizado na 4ª Seção da Barra, o Comando de Defesa do Porto acompanha todo o exercício e dá as coordenadas aos navios, lanchas e tropas do País Azul. A arbitragem do exercício é efetuada pelo Comando do 5° Distrito Naval. A operação "Deportex-S" começou por volta das 7h da manhã de ontem e se estenderá até às 16h desta quinta-feira.
(Fonte: Jornal Agora/Rio Grande,RS/Carmem Ziebell)
PUBLICIDADE