A construção do Terminal Pesqueiro de Natal está sendo vista pelos especialistas como um importante avanço para a pesca industrial do Rio Grande do Norte. O equipamento será o mais importante do Nordeste – especialmente pelo fato do Rio Grande do Norte ser o maior polo atuneiro do Brasil e exportar para diversos países.
Alex FernandesO Terminal Pesqueiro de Natal está sendo construído entre a Capitania dos Portos e a Pedra do Rosário. A primeira etapa da obra está sendo concluída e a segunda deve ser iniciada no início de 2011O Terminal Pesqueiro de Natal está sendo construído entre a Capitania dos Portos e a Pedra do Rosário. A primeira etapa da obra está sendo concluída e a segunda deve ser iniciada no início de 2011
A pesca será um dos assuntos abordados na segunda edição do ano do projeto Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte – uma realização da TRIBUNA DO NORTE, Fiern, Fecomércio/RN e RG Salamanca Investimentos, com patrocínio do Banco do Brasil, Governo do Estado, Assembleia Legislativa e Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), vai abordar este e outros assuntos ligados à exportação. O tema escolhido é o “Setor Exportador: Agronegócio e Pesca” e o evento será realizado na próxima segunda-feira (22), no auditório Albano Franco, na Casa da Indústria, a partir das 8h. As inscrições são gratuitas e as vagas limitadas. Informações nos telefones 4006.6120 / 4006.6121.
Localizado entre a Pedra do Rosário e a Capitania dos Portos, o Terminal Pesqueiro de Natal está sendo projetado em duas etapas. A primeira deve ser entregue agora no mês de dezembro e os recursos para a realização das obras da segunda etapa já estão assegurados. A obra está sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Infraestrutura e depois de pronta, a estrutura terá capacidade para estocar 50 mil quilos de pescado.
A primeira etapa do terminal inclui principalmente a construção de grandes armazéns de estocagem, câmaras frigoríficas, prédio da administração, estacionamento e o cais. O secretário adjunto de Pesca do Rio Grande do Norte, Antônio-Alberto Cortez, lembra, no entanto, que o que vai, na verdade, propiciar o funcionamento e a operacionalização do terminal é o restante das obras estruturais. “Essas obras serão as do viaduto de acesso, que liga o terminal à avenida do Contorno. Foi a alternativa que se encontrou para não congestionar o trânsito na Ribeira”, disse. A expectativa dos engenheiros é que construção desse viaduto leve em torno de seis meses, fora o período licitatório. “Mas o edital pode ser lançado no próximo mês, já que os os recursos já estão garantidos. Mas como o processo é lento, as empresas podem recorrer da decisão, acredito que essa fase só será efetivada em 2011”, afirmou Alberto Cortez..
O investimento total no Terminal Pesqueiro é da ordem de R$ 37 milhões, incluindo o viaduto.
Atividade
O terminal pesqueiro é basilar para a complementação de atividade pesqueira de grande porte no Rio Grande do Norte. “É ele que vai viabilizar a chegada de outros empreendimentos na área da pesca aqui para o estado, porque vai oferecer melhores condições para que essas empresas se instalem aqui”, explica Alberto Cortez. “A realidade logística encontrada hoje nos terminais pesqueiros privados, próximos à rua Chile, é péssima. Uma verdadeira agonia”, complementa.
O terminal funcionará como uma espécie de catalisador da atividade pesqueira do estado e a expectativa é que ele possa agregar valor ao pescado produzido no RN. “Estamos trabalhando com afinco para termos, aqui no estado, a primeira unidade processamento e envasamento de atum e sardinhas”, conta o secretário adjunto da Pesca.
A posição geográfica privilegiada do Rio Grande do Norte em relação ao mercado europeu faz com que o estado ganhe importância cada vez maior no segmento da pesca.
Nos últimos sete anos, houve um aumento de 7 para 30 embarcações atuneiras em atuação no Estado e esse número deverá aumentar em breve, já que o Ministério da Pesca está para lançar um edital de arredamento de novas embarcações estrangeiras, por empresas brasileiras. A expectativa é que sejam mais de 20 novas embarcações atuneiras, que virão pescar na zona econômica exclusiva, em parceria com empresas locais.
Unidade vai processar sardinha e atum
Um dos projetos complementares ao do Terminal Pesqueiro de Natal é a criação da primeira unidade processamento e envasamento de atum e sardinhas do Rio Grande do Norte. O projeto é bancado pela iniciativa privada com apoio do Governo do Estado, que está promovendo a cessão de uso onerosa de um prédio na Redinha, próximo à antiga balsa. No local funcionará o Núcleo Pesqueiro da Redinha.
O processo está quase concluído, mas ainda depende do aval da Assembleia Legislativa. A mensagem está na casa há cerca de 50 dias aguardando aprovação. A estrutura deve gerar 410 oportunidades de trabalho direto e mais de 1.200 a 1.300 na cadeia produtiva.
“Com isso, seria possível garantir a melhoria da situação de vida dos pescadores de Diogo Lopes, onde está concentrada uma das maiores bases de produção de sardinha do litoral nordestino, pesca artesanal, e hoje esse pessoal vive uma situação de penúria muito grande e já teria um ponto certo de comercialização”, ressalta Alberto Cortez.
Já foi realizada uma reunião entre a empresa responsável pelo projeto, o Ministério da Pesca, Governo do Estado, Conab e a colônia de pescadores de Diogo Lopes para tratar do assunto. A pesca da albacorinha, que é uma espécie de atum que a pesca artesanal captura, também deve ser outra atividade beneficiada pelo terminal pesqueiro e pela unidade de processamento. A costa do Rio Grande do Norte tem uma da maiores concentrações de albacorinha do país. O peixe também será adquirido pela empresa que vai gerenciar a unidade de processamento.
Fonte: tribuna do Norte (RN) Natal
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