O Porto de Natal voltou a receber cargas de equipamentos para usinas eólicas, com a chegada de um carregamento de pás com destino a parques geradores de energia elétrica na Bahia. O navio Industrial Grand aportou no cais às 16 horas da última terça-feira (28), vindo de Washington, Estados Unidos, e ontem já estava sendo descarregado. “Isso representa contratação de mão de obra para quem descarrega, para motoristas e comerciantes de óleos e lubrificantes”, diz o diretor Técnico e Comercial da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Hanna Safieh.
Essa não é, segundo ele, a primeira vez que um navio vindo do exterior atraca no porto trazendo equipamentos eólicos para outros Estados, como o Piauí, como também outros tipos de cargas de grande porte para a Paraíba, fábricas de cimentos e sondas petrolíferas para o Rio Grande do Norte.
Perspectivas
Apesar de não ter ocorrido contratação de projetos de energia eólica do Rio Grande do Norte no leilão realizado na segunda-feira (27) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a perspectiva do leilão previsto para julho de 2015 contemplar contratações para o estado anima Hanna Safieh. Segundo ele, já existe sondagens de usinas eólicas para o descarregamento pela primeira vez de pás com 67 metros de comprimento. Até hoje só tinham sido descarregadas pás com quase 60 metros ou 40 metros, no caso do carregamento do navio Industrial Grand.
As águas calmas do porto de Natal, segundo Safieh, “facilitam o descarregamento de cargas complicadas”. A retirada dos equipamentos do porto em carretas, segundo ele, é um problema fácil de resolver. Ele explicou que foram feitas pequenas intervenções nas proximidades do porto, com a diminuição da ponta de canteiros centrais na rua Hidelbrando de Góis e alteração do traçado do canteiro da avenida Duque de Caxias com a avenida Tavares de Lira, para facilitar a manobra de carretas.
Safieh informou que diante da possibilidade de novas contratações de energia eólica nos leilões de julho, a Codern está contratando uma carreta de 60 metros de comprimento para fazer os primeiros testes para o caso do porto vir executar o descarregamento de pás eólicas com 67 metros de comprimento, “a fim de viabilizar a saída das carretas do cais e conhecer qual a logística de transporte”.
Ele disse que em relação a isso, a Codern sempre contou com a colaboração da prefeitura, além do fato de que a saída de carretas desse porte do cais, sempre ocorre pela madrugada, a fim de não causar transtorno ao trânsito de veículos no período vespertino, com o auxílio de batedores da Policia Rodoviária Estadual ou da Polícia Rodoviária Federal, quando as carretas trafegam por BR. Uma das alternativas de escoamento do transporte das peças eólicas é a avenida Beira Canal até a ponte de Igapó, de onde as carretas tomam o destino, por exemplo, da região do Mato Grande.
O Rio Grande do Norte é o estado com a maior potência instalada em energia eólica no Brasil. Essa potência ultrapassou 2 Gigawatts (GW) em meados de abril, depois de entrada em operação comercial de 18 unidades geradoras, somando 29.160 MW do parque eólico Morro dos Ventos II, de propriedade da empresa CPFL Renováveis S/A, instalados no município de João Câmara, região do Mato Grande. O estado foi o primeiro do país a superar a marca de 2GW em potência eólica. Há 1.133 turbinas eólicas distribuídas por 75 usinas em todo o Estado.
Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal/Valdir Julião
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