Manaus - Vinte e cinco denúncias relacionadas a trabalho informal em estaleiros foram registradas, somente neste ano, no Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (SindMetal/AM). Cerca de 1,5 mil trabalhadores, principalmente soldadores, estão trabalhando sem vínculo empregatício nos fins de semana e feriados, a maioria em estaleiros irregulares. Os ‘bicos’ têm causado problemas de saúde e faltas nos empregos legais.
“Isso ocorre porque a mão de obra nesse setor é escassa e para convencer o trabalhador, a empresa acaba pagando um pouco mais do que ele geralmente ganha”, informa o presidente da entidade, Valdemir Santana.
Um soldador, que recebe até R$ 1,5 mil, chega a ganhar R$ 2 mil no mercado informal. “Em compensação, ele perde direitos como hora extra, folga, férias e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), porque não assinam carteira de trabalho”, disse.
Santana ressaltou ainda que o trabalhador fica sem respaldo jurídico e junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), inclusive em casos de acidente. “Eles também acabam prejudicando a saúde, porque trabalham demais, ficam cansados e acabam faltando ao emprego”. Em consequência, as faltas acarretam sobrecarga de trabalho para terceiros.
“São essas pessoas que vêm aqui denunciar, porque o colega falta e elas acabam tendo que trabalhar até tarde, fazer hora extra”, completou.
Além dos soldadores, outras funções como cortadores, desenhistas e engenheiros também estão aderindo ao trabalho informal, principalmente em estaleiros irregulares localizados no ‘beiradão’, de acordo com Santana. A remuneração desses trabalhadores varia de R$ 1,5 mil (cortadores) até R$ R$ 3,5 mil (engenheiro). Já um desenhista ganha de R$ 2 mil a R$ 2,5 mil
Fonte:portal@d24am.com/Daisy Melo
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