Os cerca de 360 trabalhadores que contribuem com o Instituto de Seguridade Social Portus na região são contrários ao reajuste proposto para tentar equacionar as contas do fundo de pensão dos trabalhadores portuários. A categoria aponta que o aumento de até 90% na contribuição é muito alto, e uma nova assembleia será realizada no próximo dia 12, na sede do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport).
Com um rombo estimado em R$ 3 bilhões, o Portus está ameaçado, assim como os benefícios que paga a aposentados e pensionistas. Parte desse valor é devido pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), assim como outras administradoras portuárias Brasil a fora.
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Para tentar resolver o problema, a Associação dos Participantes do Portus (APP) contratou uma consultoria que elaborou um plano capaz de garantir uma sobrevida ao fundo de pensão. O estudo propõe um aumento de até 90% na contribuição dos profissionais da ativa e a redução de 33% no recebimento dos aposentados e pensionistas.
“São 365 profissionais na ativa e mais de 4 mil aposentados e pensionistas. Apesar do pessoal da ativa achar o reajuste muito alto, a questão vai ser definida em assembleia e o peso dos aposentados será muito maior”, afirmou o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos.
Para o sindicalista, “o remédio é amargo”, mas é uma alternativa enquanto o Governo Federal não faz o aporte que prometeu. “O tempo, neste caso, é inimigo porque o dinheiro está acabando”.
Segundo o sindicalista, presidentes de outros sindicatos de trabalhadores de outros portos do país estão em Santos para “costurar alternativas”. Eles temem que as companhias docas não suportem o reajuste, já que as administrações portuárias também são responsáveis pelo pagamento das contribuições dos profissionais da ativa. Por isso, caso seja aprovado o plano, o reajuste também será aplicado às estatais.
“O Rio de Janeiro, por exemplo, é um dos causadores do problema do Portus. O que acontece agora é que todo o Brasil está sendo penalizado pela incompetência administrativa de uma empresa que já recebeu uma determinação transitada em julgado para pagar o que deve”, afirmou Cirino.
Fonte: A Tribuna