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Usiminas faz acordo com MMX para uso de terminal

Para garantir o cronograma de seu plano de expansão no negócio de minério de ferro, que prevê investimentos de R$ 4,1 bilhões até 2015, a Usiminas firmou ontem acordo comercial com a MMX, empresa do grupo Eike Batista. Com isso, a partir de 2012 sua controlada Mineração Usiminas passará a embarcar minério para exportação no porto Sudeste, que fica no Estado do Rio e que foi adquirido pela MMX da LLX.

"Trata-se de um acordo de cinco anos, renovável, até 2016. Mas nesse período vamos continuar explorando alternativas de montagem de uma logística própria", afirmou Wilson Brumer, presidente da Usiminas. A empresa tem uma área próxima ao porto Sudeste que terá recuperação ambiental do próximo ano em diante e proposta de uso de um cais em Itaguaí que a Docas do Rio planeja licitar neste ano. "Não vamos abrir mão de nossas alternativas portuárias", afirmou.

Pelo acordo feito com a MMX, os volumes de minério de ferro da Mineração Usiminas embarcados vão crescer ano a ano, até atingir 12 milhões de toneladas em 2015. A empresa, que se associou com a japonesa Sumitomo (30%) nesse negócio, já iniciou exportações para clientes na Ásia. Em 2010, informou Brumer, deve embarcar 190 mil toneladas e em 2011 prevê alcançar 1 milhão de toneladas.

O porto Sudeste terá ligação com a ferrovia MRS Logística, que trará o minério da região de Serra Azul, onde ficam as minas da Usiminas e da própria MMX, em Minas Gerais. O porto já está licenciado para 50 milhões de toneladas anuais. Segundo Roger Downey, presidente da MMX, ele poderá ser duplicado. O contrato com a Usiminas deverá ser assinado no início do próximo ano.

As duas empresas fecharam acordo também para lavra conjunta da mina Pau de Vinho, na mesma região, a partir de 2021. A MMX vai se encarregar de toda a exploração e produção, pagando a Usiminas - dona da jazida - com 13,5% do volume apurado. A produção é estimada em 8 milhões de toneladas ao ano. A MMX será responsável pelo licenciamento, investimento financeiro e operação. "No nosso plano, só íamos explorar essa jazida, vizinha da MMX, a partir de 2026", disse Brumer.

Os recursos da jazida são estimados em 800 milhões de toneladas e pertencem à joint venture Usiminas-Sumitomo, anunciada da no fim de junho. Na sexta-feira, a nova empresa informou que investirá R$ 550 milhões, a partir de 2011, na primeira fase de seu programa de expansão da capacidade produtiva em outras três minas. O plano prevê ir de 7 milhões para 12 milhões de toneladas em 2012. O programa completo é de R$ 4,1 bilhões, possibilitando a ela atingir 29 milhões de toneladas em 2015.

Ontem, a Usiminas reafirmou seu desejo de construir uma pelotizadora de minério de ferro. "Os estudos que indicarão o local da usina de pelotas e o valor do investimento deverão ficar prontos até meados de 2011", informou Brumer. O desenho inicial prevê uma instalação apta a fazer 7,5 milhões de toneladas/ano e que poderia em torno de US$ 900 milhões.

Para a Usiminas, o ideal é que fique em Minas, em local próximo de logística (via férrea) que possa suprir as necessidades de pelotas de suas duas siderúrgicas - Ipatinga (MG) e Cubatão (SP). A expectativa da empresa é vir a vender 20 milhões de toneladas de minério e pelotas de ferro no futuro, com receita na casa de US$ 2,5 bilhões.

Fonte: Valor Econômico/Ivo Ribeiro e Juliana Ennes | De São Paulo e do Rio






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