O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou ontem, quarta-feira (21), que a empresa não tem interesse em comprar a MMX. Disse, porém, que a MRS, subsidiária da mineradora, tem interesse no porto do Sudeste, da empresa de Eike Batista.
"Espero que seja a última vez que eu diga isso. Tenho impressão que alguns especuladores de bolsa de valores estão utilizando em beneficio deles mesmos. A Vale não está negociando a MMX, ponto final", disse o empresário.
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Um grupo de empresas brasileiras quer evitar que o porto do Sudeste, colocado à venda por Eike, passe para as mãos de uma trading internacional. O porto é estratégico para o escoamento do minério de ferro de Minas Gerais.
As siderúrgicas CSN, Gerdau, Usiminas e a mineradora Vale estudam fazer uma oferta em conjunto pelo porto da MMX, localizado em Itaguaí (RJ), e já estiveram na empresa para conversas iniciais.
O plano do grupo de brasileiros não é colocar dinheiro novo no negócio, mas assumir as dívidas da MMX, que seriam transferidas para o porto e renegociadas com os bancos credores.
"A MRS é uma nossa subsidiária, onde temos participação minoritária, tem feito através da própria entidade, de seus próprios acionistas, demonstrado interesse no porto Sudeste", disse Ferreira. "Agora, pela MMX não é um assunto que foi colocado pela Vale como alguns tem reportado", completou.
ESTRATÉGICO
Pela localização estratégica, o porto do Sudeste é um dos ativos mais valiosos de Eike e um dos poucos que estão quase prontos. A expectativa é que exporte 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano até 2016.
Apesar de ter na siderurgia sua principal atividade, CSN, Usiminas e Gerdau também possuem minas na região do Quadrilátero Ferrífero (MG) e exportam o produto.
As três siderúrgicas e a Vale são sócias na MRS, que administra a concessão das ferrovias que ligam a região ao porto de Santos e aos portos do Rio de Janeiro. CSN e Vale já têm porto próprio em Itaguaí (RJ), mas Usiminas e Gerdau ainda não.
Se for concretizada, a compra não seria feita por meio da MRS, mas por uma terceira empresa a ser criada pelos mesmos sócios.
Fonte: Folha de São Paulo/TAI NALON DE BRASÍLIA
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