Ao todo, a Votorantim planeja oito novas fábricas, gerando cerca de sete mil empregos no País, parte deles no CE
Tendo recentemente investido R$ 50 milhões na construção de uma unidade de moagem no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), a Votorantim Cimentos já anunciou ontem que instalará uma nova fábrica no Ceará.
Esta será a terceira do grupo no Estado, que também possui uma cimenteira em Sobral. O novo projeto faz parte de um plano de expansão da empresa no País, no qual investirá R$ 2,5 bilhões até 2013. Ao todo, serão oito novas fábricas, gerando cerca de sete mil empregos no País. Além do Ceará, receberão unidades os estados de Maranhão, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Pará, este último recebendo duas fábricas.
Este investimento fará com que a Votorantim Cimentos coloque no mercado mais de 10 milhões de toneladas produzidas, elevando a capacidade produtiva total da companhia a 42 milhões de toneladas.
No Ceará, com o novo aporte, será acrescentada uma capacidade de produção de 750 mil toneladas/ano. A previsão é de que o novo empreendimento entre em operação em 2012.
A assessoria de imprensa da Votorantim afirmou ao Diário do Nordeste, entretanto, que ainda não pode adiantar quanto será investido no Ceará, assim como onde poderá se localizar a nova unidade.
Antecipação à demanda
O objetivo da empresa é se antecipar à crescente demanda por materiais básicos de construção no País, que se intensifica com as obras a serem realizadas em várias cidades por conta da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, e com obras federais como as incluídas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), além do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV). "Estamos antecipando investimentos para reforçar nosso compromisso em abastecer o mercado nacional da construção. Vamos operar com o que chamamos de ociosidade estratégica, crescer em mercados potenciais e ampliar nossa configuração industrial e logística para melhorar o nível de serviços aos nossos clientes", ressalta Walter Schalka, presidente da Votorantim Cimentos.
Segundo a empresa, as "regiões estudadas para a construção de novas plantas levam em consideração uma tendência de crescimento, regionalização e descentralização do consumo de cimento no Brasil".
Com o anúncio de ontem, a Votorantim Cimentos fecha R$ 5 bilhões em investimentos em 22 unidades fabris, entre os anos de 2007 e 2013. Destas, nove estão em operação e cinco em construção. A do Pecém iniciou suas operações em julho de 2008, mas somente em fase de testes, chegando à sua capacidade total somente no fim do ano passado. A unidade é uma moagem com capacidade para produzir 220 mil toneladas/ano de cimento e 120 mil toneladas anuais de argamassa, produção que é destinada ao mercado da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Já a cimenteira de Sobral, que antes atendia esse mercado, hoje fica seus negócios no interior cearense e nos estados do Maranhão e Piauí. A unidade, maior, tem capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas de cimento anuais. Ambas, as fábricas geram mais de 800 empregos no Estado.
Quatro ainda neste ano
Ainda este ano, o Ceará terá instaladas em seu território quatro cimenteiras, configurando-se como o Estado com o maior número deste tipo de indústrias entre as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Isso ocorrerá quando, em outubro, a cimenteira Apodi iniciar suas operações no Cipp. A fábrica é possui 50% de seu capital pertencente ao Grupo M. Dias Branco, 25% ao Grupo Cedro, de Goiânia, e os outros 25% à Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon/CE). Serão produzidos, nela, 30 mil toneladas mensais de cimento. De acordo com dados de 2008 do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (Snic), operam atualmente no Brasil 68 fábricas, pertencentes a 10 grupos industriais nacionais e estrangeiros, com capacidade instalada da ordem de 63 milhões toneladas/ano. Destes, 18,6 milhões de toneladas seriam da Votorantim.
A Votorantim, que é uma das 10 maiores empresas de cimento do mundo, registrou receita líquida de R$ 7,4 bilhões no ano passado, e emprega hoje 11.700 funcionários.
Fonte: Diário do Nordeste(CE)/SÉRGIO DE SOUSA
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