Fonte: Estadão conteúdo
A Wilson Sons e a Braskem acertaram uma parceria para reativar a movimentação de contêineres a partir do Terminal Santa Clara, localizado no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), retomando assim o transporte desse tipo de carga pela hidrovia do Rio Jacuí, entre Triunfo e o Porto de Rio Grande. O inicio das operações está previsto para outubro, mas para isso será necessário que a Wilson Sons conquiste cargas de modo a garantir escala para a operação.

Pelo acordo, a Wilport, empresa do Grupo Wilson Sons, será a responsável pela operação e prospecção de companhias para que movimentem suas cargas para Rio Grande via Terminal de Santa Clara e caberá à empresa fazer os investimentos necessários para reativar o terminal.

Inicialmente, o terminal será ponto de partida para transportar, pela hidrovia, parte das cargas de resinas da Braskem para Rio Grande, embarcadas atualmente por rodovia. Mas o diretor presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, avalia que o terminal está situado em uma área com potencial de movimentação de carga de 100 mil TEUs (unidade equivalente a 20 pés), considerando não apenas as resinas, mas também congelados, fumo, celulose, aço, móveis e cavaco de madeira, de empresas localizadas em raio de até 100 quilômetros do polo petroquímico.

"Duas viagens (ida e volta) semanais, entre Rio Grande e Triunfo, feitas por uma embarcação com capacidade para 300 TEUs e com pelo menos 85% desse potencial preenchido, poderiam atender a demanda", disse Bertinetti.

A expectativa é de que o terminal volte a operar com uma capacidade de movimentação de 100 mil TEUs, o que representaria 15% do volume de contêineres movimentados no Tecon Rio Grande.

O Pier IV do Terminal Santa Clara foi originalmente construído para operar contêineres, mas foi adaptado para receber etanol. Diante do fato de que este produto passou a ter uma movimentação maior por ferrovias, a Braskem passou a repensar o terminal. "O acordo vai aumentar expressivamente o fluxo de cargas do Polo Petroquímico, em Triunfo, e o Porto de Rio Grande, que até então estava restrito a cargas líquidas da Braskem", disse o diretor de Logística da Braskem, Hardi Schuck.

Como o calado do Rio Jacuí não permite o acesso de navios de grande porte, os Terminais de Santa Clara e Rio Grande foram concebidos para operar de forma integrada. Os carregamentos são feitos em embarcações menores classificadas para navegação interior no Terminal de Santa Clara e enviados para Rio Grande onde são carregados em navios maiores de longo curso e cabotagem. Os dois terminais foram concebidos interligados como parte da mesma solução logística do polo petroquímico.
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