Em seu primeiro encontro com o presidente Jair Bolsonaro após a posse, o governador Wilson Witzel entregou um documento em que pede ao governo federal a transferência da administração do Porto para o estado. Segundo ele, a medida é para tentar melhorar as condições de negócios no Rio.
— O Porto do Rio é muito importante para o estado, para o ambiente de negócios, para o turismo. Por isso, fiz um pedido ao presidente para que o Porto seja entregue ao estado ou que nós possamos ter uma maior parceria na sua gestão — anunciou Witzel.
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No documento, o governo alega que, com a estadualização, o Porto vai atrair novas atividades econômicas, por meio de Parcerias Público-Privadas e Programas de Parceiras de Investimentos. Com isso, diz o texto, novos investimentos na construção de hotéis, por exemplo, vão fomentar o turismo na região que é “belíssima”, aumentando a arrecadação de tributos estaduais e federais. O pedido feito a Bolsonaro menciona o decreto 2.184/97, que autoriza o Ministério dos Transportes a delegar a estados ou a municípios, mediante convênio, a exploração de portos.
A proposta de Witzel pode se tornar um novo embate entre estado e prefeitura. Isso porque em dezembro o prefeito Marcelo Crivella sugeriu a municipalização do Porto a Paulo Guedes, que, na época, já tinha sido escolhido para ser ministro da Economia. A prefeitura chegou a divulgar que havia um investidor americano interessado em construir um grande resort com cassino na região. Hoje, a gestão do Sambódromo está no centro de uma disputa entre Witzel e Crivella.
Outro assunto da agenda com Bolsonaro, da qual também participou o senador Flávio Bolsonaro, foi a licitação do Santos Dumont. Ele pediu para um representante do estado acompanhar esse processo, a fim de evitar “um conflito” com o Galeão. O objetivo, segundo ele, é não sucatear “uma estrutura grande” como a do aeroporto internacional.
— Pedi que o nosso secretário de Transporte (Robson Ramos) tivesse maior proximidade com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Achei importante pontuar isso com o presidente, porque há uma preocupação muito grande dos empresários com o Galeão — disse o governador, sem dar detalhes do que poderia acontecer.
Mais recursos
Witzel ressaltou que seu governo melhorou a segurança nas vias de acesso ao Galeão, com um reforço da Polícia Militar na Linha Vermelha e na Linha Amarela:
— É fundamental que nós tenhamos um aeroporto fortalecido.
Além da reunião com o presidente, Witzel também participou em Brasília de um encontro com os governadores, durante o qual falou com Paulo Guedes sobre a importância do processo de recuperação fiscal dos estados.
— O Rio de Janeiro está no Regime de Recuperação Fiscal, mas, infelizmente, isso não é suficiente. A crise foi profunda, e os estados precisam de recursos. A cessão onerosa (parte da receita do leilão do pré-sal ficaria com os estados) é uma possibilidade, mas nós temos outras opções de financiamento para conseguir fechar os nossos compromissos até o fim do ano — disse.
Fonte: O Globo