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Artigo - O protagonismo do Polo Industrial de Manaus na Nova Política Industrial

Em meio a um cenário de transformações econômicas e industriais, o governo brasileiro lançou a Nova Indústria Brasil (NIB), uma mudança ambiciosa, com o objetivo de revitalizar o setor produtivo nacional até 2033, com foco em sustentabilidade e inovação. Inicialmente destacamos que o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) foi a entidade amazonense da indústria a participar ativamente desta construção, onde conselheiros e líderes industriais puderam expor suas opiniões e contribuir, dentro de perspectivas amazônicas.

É importante identificarmos os reflexos e oportunidades dessa nova política no Polo Industrial de Manaus (PIM), destacando os desafios da infraestrutura competitiva, o papel estratégico do polo como o terceiro maior volume de plantas industriais do país, bem como a regulamentação da reforma tributária, para que possamos assegurar os diferenciais competitivos da indústria da Zona Franca de Manaus.

A NIB promete injetar R$ 300 bilhões em financiamentos para impulsionar o desenvolvimento industrial do Brasil, com uma parte significativa destes recursos possivelmente beneficiando o PIM, a depender da mobilização dos atores e da bancada parlamentar de nossa região. Com metas claras em áreas como bioeconomia, saúde, transição energética, descarbonização e defesa, a nova política pode oferecer ao PIM uma grande oportunidade de incremento, diversificação e modernização de sua base industrial. Importante acentuar que será necessário ao setor produtivo exercitar o protagonismo e sua capacidade de articulação para conseguir assegurar seus propósitos e demandas.

Um dos maiores desafios para o PIM e possibilidades de saídas no contexto NIB é a necessidade crítica de uma infraestrutura de transportes competitiva. Historicamente, o polo tem enfrentado dificuldades em termos de conectividade e eficiência logística, limitando seu acesso aos mercados e aumentando os custos operacionais. A NIB, com seu enfoque em melhorias de infraestrutura, apresenta uma oportunidade para superar essas barreiras, especialmente com a perspectiva de investimentos em transportes e logística.

A nova política industrial propõe um cenário promissor para a diversificação do PIM, especialmente com a bioeconomia, da indústria de saúde e da indústria de defesa. Isso está alinhado com o potencial único da região amazônica em termos de biodiversidade, abrindo caminhos para o desenvolvimento de biotecnologias e bioenergias. Além disso, a ênfase na transição energética e descarbonização pode transformar o PIM em um líder de práticas industriais sustentáveis.

Como a terceira maior base industrial do Brasil, o PIM desempenha um papel estratégico na economia nacional. A implementação bem-sucedida da NIB no PIM fortalecerá sua posição como um centro industrial de relevância e contribuirá significativamente para o objetivo maior de reverter a desindustrialização precoce do país e aumentar a competitividade brasileira no cenário global, fazendo clara que a vocação da Amazônia é também industrial.

A Nova Indústria Brasil representa, a nosso ver, uma oportunidade sem precedentes para o Polo Industrial de Manaus, pois enfrentará suas travas históricas de infraestrutura e buscará uma maior diversificação industrial. O PIM segue na vanguarda de uma transformação que pode redefinir seu papel na economia brasileira. Com investimentos estratégicos e um enfoque em inovação e sustentabilidade, o futuro do PIM, na perspectiva da NIB, é inegavelmente promissor, podendo marcar o início de uma nova era de desenvolvimento industrial na Amazônia e no Brasil.

Luiz Augusto RochaLuiz Augusto Rocha é presidente do Conselho Superior do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas)

Sobre o CIEAM

O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) é uma entidade empresarial com personalidade jurídica, ligada ao setor industrial, que tem por objetivo atuar de maneira técnica e política em defesa de seus associados e dos princípios da economia baseada na Zona Franca de Manaus (ZFM). Implementada pelo governo federal em 1967, com o objetivo de viabilizar uma base econômica no Amazonas e promover melhor integração produtiva e social entre todas as regiões do Brasil, a Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento regional bem-sucedido que devolve aos cofres públicos mais da metade da riqueza que produz. Atualmente, são 600 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), que geram mais de 500 mil empregos, diretos e indiretos, e garantem a preservação de 97% da cobertura florestal do Amazonas. Em 2022, movimentou mais de 177 bilhões, um aumento de 12% em relação ao ano anterior

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