A transformação digital, tida como prioridade para o futuro, precisou ser acelerada em função da pandemia de Covid-19 e já faz parte da realidade das empresas dos mais diversos setores da economia no mundo todo. A indústria de óleo e gás apresentou um salto evolutivo, em especial como movimento e priorização do tema iniciados de forma massiva em 2017, inclusive já se destacando quando comparada a outros segmentos com os mesmos requisitos de segurança operacional. No entanto, as empresas ainda possuem muito valor para gerar, comunicar e capturar em jornada de transformação digital.
Segundo levantamento realizado pela Deloitte, no Brasil esse cenário não é diferente, apesar de as organizações já estarem adotando muitas iniciativas digitais e um longo caminho a ser percorrido em direção à maturidade digital. A pesquisa revela, ainda, que a maioria dos entrevistados entende de assuntos digitais. Para 88% dos respondentes, há ênfase significativa nas formas digitais de trabalho e 98% acreditam que o digital tem a capacidade de causar um impacto positivo nas atividades das empresas e das equipes.
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No entanto, 40% das petroleiras responderam que iniciativas digitais resultaram em um aumento de trabalho e geraram pouco benefício, indicando um risco de que essas iniciativas tenham sido insuficientes ou mesmo que sua completa implementação enfrente desafios para gerar o valor esperado.
Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT), Computação de Borda (Edge Computing), Aprendizado de Máquina (Machine Learning), Cloud Computing e outras tantas abordagens tecnológicas vêm ganhando espaço no dia a dia das grandes companhias do setor, graças à importância na busca pela máxima eficiência, produtividade e na proteção ao meio ambiente.
De mãos dadas com as ferramentas digitais, as indústrias de óleo e gás contam com o suporte das soluções para suas necessidades imediatas. Com isso, conseguem reduzir custos, obter maior controle das operações e aumento da eficiência operacional e produtividade em milhares de poços tanto na exploração quanto na explotação. Assim, vemos que a transformação digital tem grande influência no crescimento da indústria nacional com significativos resultados em aumento da segurança de processos e, consequentemente, na segurança operacional.
As empresas precisam estar preparadas para ampliar os horizontes. A competitividade está cada vez mais relacionada à adoção de tecnologias avançadas. De olho nesse cenário, todas as indústrias serão impactadas pela onda digital e, aqueles que aceitarem e forem adeptos dessas inovações perceberão que estão abrindo as portas para muitos benefícios. A aceleração digital da indústria de óleo e gás já é uma realidade e um caminho sem retorno. A sincronização e integração das softechs com as deeptechs será determinante para acelerar e garantir as inovações que a indústria e a sociedade precisam na busca por energia sustentável e affordable. Outra sincronização fundamental envolve a adoção das arquiteturas de transmissão de dados que potencializem a taxa de transmissão e a segurança cibernética nas atividades operacionais.
A tendência é de que haja um longo caminho a ser percorrido até que a transformação digital do setor de óleo e gás no Brasil atinja as atividades principais dessas empresas e, consequentemente, contribua para a expansão de seu potencial de valor.
Augusto Borella é vice-presidente de Oil&Gas da Intelie e Diretor de Produto Intelie na Viasat