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Impactos da infraestrutura de transporte no setor logístico

Por Victor Simas

O setor de logística nacional movimenta cerca de R$ 350 bilhões por ano e mais do que duplicou na última década. O mercado é responsável por transportar 60% do que é produzido no País e cresce, em média, acima do Produto Interno Bruto (PIB). A área de transportes, que realiza a locomoção dos produtos da fábrica até o ponto de entrega final, tem papel fundamental no desenvolvimento do processo logístico. Tão importante quanto as demais fases que antecedem o despacho físico das mercadorias, o departamento também considera o modal apropriado, em função das características dos produtos, e o transporte como depósito momentâneo da carga. A seção seleciona o meio de transporte, de acordo com as características da carga, e leva em conta custos, seguro de carga, concorrência e malha viária.

Diante da importância do setor no mercado logístico, as infraestruturas de transporte do nosso País precisam ser revistas para atender com eficácia as atuais demandas. O Brasil padece com um sistema precário e carece de transporte de qualidade, a um custo acessível e que promova mobilidade. Para minimizar os prejuízos e aumentar a competitividade nacional é preciso adotar novos modelos de negócio para o transporte e profissionalizar as infraestruturas – colocar em prática o Plano Nacional de Mobilidade Urbana, anunciado recentemente pela presidente Dilma Rousseff.

Estima-se uma defasagem de mais de R$ 200 bilhões em investimentos em infraestrutura logística, de acordo com a Associação Brasileira de Logística (Abralog). Os obstáculos aumentam quando comparamos o custo logístico brasileiro, que é de 12,8% do PIB, ao dos Estados Unidos, que está em torno de 8,2%, e o da Europa, 9%, segundo dados divulgados pela Abralog.

Esse ano, o País está trabalhando em ritmo acelerado nos preparativos para os grandes eventos que sediará nos próximos anos. Além disso, sentimos o aumento da demanda de serviços depois do anúncio do pacote governamental de incentivo a projetos de infraestrutura. A demanda ainda deve acelerar com o Programa de Investimentos em Logística, que prevê, em sua primeira etapa, investimentos de R$ 133 bilhões na reforma e construção de rodovias federais e ferrovias nos próximos 25 anos.

Os desafios são imensos, até porque a indústria de transporte está em um processo de profunda transformação em todo planeta e a falta de gestão integrada de todos os modais gera um prejuízo de US$ 266 bilhões. O Brasil também precisa reavaliar seu sistema de transportes e analisar projetos modelo que podem auxiliar para o desenvolvimento da infraestrutura.

A movimentação das riquezas produzidas no Brasil, onde tudo é superlativo, exige muito investimento, infraestrutura, tecnologia e qualificação profissional. Necessitamos de uma infraestrutura logística, adequada às dimensões da nossa nação. 

Victor Simas é presidente da Confenar – Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição






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