Dados revelados pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) apontam que o volume total de cargas transportadas em território brasileiro sofreu uma queda de 38,69% desde o início da crise provocada pela epidemia do novo coronavírus. Com este contexto, se faz mais do que necessário que empresas do setor de logística e transporte, procurem por se reinventar e aprimorar os seus serviços e produtos, pois somente assim, as mesmas poderão se adaptar aos novos tempos e conseguir se destacar em meio à crise. E aí que entra a logística 4.0!
Representando a evolução do setor de logística, essa nova ideia é caracterizada pela automatização de tarefas; integração de sistemas; investimento em recursos tecnológicos que contribuam para a melhoria do fluxo de informações; desenvolvimento e modernização de processos, equipes e do gerenciamento de dados; adoção de sistemas em nuvem; promoção da integração entre os participantes da cadeia de suprimentos; uso de tecnologias de cunho sustentável, e dentre outros atributos.
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Pautada pelos pilares da inovação, tecnologia e sustentabilidade, a logística 4.0 é regida por conceitos básicos da indústria 4.0, como a busca pela aceleração da velocidade de produção, a diminuição de custos, o aumento da assertividade e efetividade das operações e a dinamização do acesso a informações. Acompanhando a ascensão de outros setores industriais e incentivando as constantes integrações tecnológicas de técnicas e ações, a nova logística surge com os objetivos de garantir maior organização e agilidade na entrega de produtos, aperfeiçoar procedimentos internos e externos de empresas, e assim, aumentar a produtividade e o ganho de eficiência.
Fazendo o uso de ferramentas e serviços tecnológicos como os web services, a computação em nuvem, Big Data, Business Intelligence (BI), Customer Service, Electronic Data Interchange (EDI), analytics, digital twin, machine learning e dentre outros, a logística 4.0 otimiza as tomadas de decisões, tendo por base os dados e indicadores estratégicos, que são obtidos por meio da análise automática de milhares de informações advindas dos setores de uma empresa e também dos clientes da mesma, e das demais pessoas envolvidas na cadeia logística.
Os resultados da adoção das práticas e métodos da logística 4.0 incluem a aceleração e aprimoramento das tomadas de decisões, a potencialização da eficiência das operações, a melhoria de processos e o desenvolvimento de soluções personalizadas de acordo com a demanda de cada cliente, desde o escopo inicial até a execução operacional.
Tendo como base essa nova ideia em logística, as empresas podem estruturar em nuvem todas as suas informações presentes em servidores, pastas e computadores, o que possibilita que tais dados sejam acessados remotamente de qualquer lugar do mundo. Essa forma de armazenamento de dados ainda permite que todas as equipes de uma empresa se integrem em um mesmo ambiente de maneira full time.
Todas as informações inerentes às operações também podem ser disponibilizadas aos clientes via site, blog e e-mail. Além de evitar prejuízos como a pausa nas operações de clientes por falta de materiais, o alto nível de controle sobre cada etapa do processo logístico, permite a antecipação e correção preventiva de problemas, assim evitando outras perdas.
Por fim, para diminuir a intensidade das emissões de gases de efeito estufa e de poluentes atmosféricos, e ainda aprimorar a eficiência logística do transporte de carga no país, a logística 4.0 também adota como elemento indispensável a sustentabilidade, que não só ajuda na preservação da natureza, como também colabora na redução de gastos com matéria-prima e contribui para o aumento da credibilidade e visibilidade de uma empresa dentre o público que valoriza a visão sustentável e o mercado internacional.
Felipe Marçal Cota é engenheiro de produção e CEO da Transcota - Logística e Transporte