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Novas obras fazem o transporte marítimo voltar a respirar

O setor portuário brasileiro sempre teve grande importância histórica e econômica, sendo o transporte marítimo um dos primeiros meios utilizados na comercialização de produtos com outros países, desde os tempos do Brasil Colônia, quando Portugal era o nosso único parceiro comercial. Hoje, o setor, como um todo, não só aumentou o número de parceiros, como também transporta o maior volume de cargas em todo o mundo.

Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), o setor portuário movimentou 174,46 milhões de toneladas somente nos dois primeiros meses de 2023. É justo, portanto, que receba grandes aportes do Governo e de empresas privadas, que tornem as operações comerciais, principalmente com outros países, menos custosas. O setor já dá sinais de melhorias necessárias, com diversos contratos sendo fechados no mercado de construção especializada.

Nos últimos meses, observamos um crescente no volume de obras portuárias que nunca foi visto antes, o que pode ter sido causado pelo aumento das privatizações e por uma demanda represada, gerada pela pandemia da Covid-19 e Guerra da Ucrânia, que impossibilitaram ou tornavam mais difíceis as transações comerciais. Se observarmos atentamente, a dor é mais antiga. Já vínhamos de uma crise econômica mundial que impactava diversos setores, desde 2014, e estes eventos adversos acabaram tornando os investimentos ainda mais escassos. Mesmo com tanta dificuldade, o setor sobreviveu e já dá sinais de melhora.

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Voltando para 2023, no mundo pós-pandêmico e um pouco mais abastado, observarmos um movimento de novos contratos, que não miram somente na construção dos portos, mas também abre espaço para obras igualmente necessárias como, dragagem e manuseio da carga. O setor, sem dúvida, vive tempos melhores, o que é justo devido à sua tamanha importância para tantos setores da economia. Como disse assertivamente João Cabral de Melo Neto em um dos seus poemas: “o engenheiro pensa o mundo justo, mundo que nenhum véu encobre".

Mesmo com este olhar positivo, em meio a tantos aportes, a movimentação dos portos brasileiros ainda está longe de se comparar a outras grandes potências mundiais, apesar de sermos um país costeiro. E muito se deve a estrutura que encontramos em nossos portos, que ainda operam com Calados — parte submersa dos navios — de 14 metros, profundidade superada há anos em países mais competitivos em transporte marítimo, como Hong Kong e Reino Unido, que já operam com 16 metros. Quanto maior a potência do porto, mais investimentos ele atrai, pois consegue receber embarcações maiores e em maior quantidade, diminuindo o custo agregado do transporte e aumentando a competitividade brasileira no mercado interno e externo. Os ventos estão favoráveis e não temos dúvida que, em breve, vamos inaugurar uma nova fase do desenvolvimento portuário do país, com instalações mais modernas e preparadas para o momento atual, que pede economia e rapidez nos processos.

AutoresGustavo Maschietto é diretor de Engenharia e Operações da Carioca Engenharia, empresa com mais de 50 obras portuárias no portfólio, 300 km de estacas no Brasil e 150 mil m2 de cais construídos. Eduardo Lavigne é superintendente de Desenvolvimento de Negócios da Carioca Engenharia

 

 

 

 

 



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