As medidas cambiais anunciadas hoje pelo governo foram bem recebidas pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) que tem, no entanto, ressalvas. Segundo o diretor de competitividade da entidade, Fernando Bueno, a iniciativa limita o poder de fogo dos especuladores, mas deve ter um efeito limitado no câmbio à medida que eles encontrem maneiras de driblar regras. "É difícil quantificar o efeito, mas diminui o espaço para o especulador continuar no cassino. Só que daqui a 15 dias o sistema vai arrumar algum jeito de contornar isso", disse.
Bueno afirmou, porém, que a medida é válida por trazer uma preocupação a mais para os especuladores. Para ele, o ideal seria o governo controlar todo o capital estrangeiro que entra no Brasil. "Resolveria se todo o capital fosse taxado e, depois de verificado o verdadeiro investimento, devolver a diferença ao investidor", disse. Segundo ele, esse seria o caminho para barrar a entrada do investidor que busca ganhar com a alta taxa de juros paga no Brasil em comparação com a de outros países.
Outra sugestão de Bueno para contar a apreciação do real seria determinar um tempo mínimo de permanência para o capital estrangeiro que entrar no Brasil. Segundo ele, um ano de permanência seria uma proposta eficiente já que esse período de tempo não seria prejudicial ao setor produtivo, mas sim aos especuladores.
Para o assessor econômico da Abimaq, Mário Bernardini, as medidas cambiais do governo reduzem o risco das empresas brasileiras optarem por especular no mercado financeiro, em detrimento de suas atividades produtivas. Ele lembrou o caso da Sadia que, em 2008, teve um grande prejuízo no mercado futuro cambial em decorrência da crise financeira internacional. "Quem estiver exposto, vai voltar ao seu limite", disse Bernardini.
Fonte:O Estdo do Paraná
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