A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) prepara novos pedidos de salvaguarda transitória contra a China para mais 17 produtos da cadeia do setor de bens de capital. O mecanismo de defesa comercial, que costuma ser usado quando um pico de importações prejudica a indústria local em mercados similares, tem como objetivo aplicar medidas de restrição às importações do país asiático a um preço muito inferior ao produto nacional.
Na semana passada, já foram entregues pela Abimaq à Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, três petições de pré-análise para as importações de chave de fenda, caminhão-guindaste e válvulas borboleta. Dos pedidos para as outras 17 categorias, quatro já estão em fase final de análise e devem ser apresentados "no curto prazo", disse o diretor-executivo de comércio exterior da entidade, Klaus Curt Müller.
Como a entidade nunca entrou com um mecanismo de defesa comercial desse tipo antes, é difícil avaliar as chances de sucesso ou o prazo em que o resultado será definido. Mas, segundo ele, mesmo que os pedidos não sejam aplicados, essa decisão tem de ser acompanhada de alguma medida alternativa por parte do governo brasileiro, espera Müller.
O instrumento foi definido pelo presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, como um "grito de alerta" do setor. Segundo ele, a China já recebeu a aplicação de cinco salvaguardas transitórias de outros países, mas a conquista ainda é inédita para pedidos feitos pelo Brasil. "Só queremos competir em pé de igualdade com os concorrentes internacionais", diz.
Fonte: Valor Econômico/Ana Luísa Westphalen | De São Paulo
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