A nova lista de 24 frigoríficos a serem habilitados a exportar carne bovina para a China, que o Ministério da Agricultura pretende entregar durante a visita da ministra Tereza Cristina aquele país neste mês, privilegia grandes frigoríficos como o Minerva e o JBS que já exportam para aquele mercado, concentrando ainda mais o mercado de exportação. A informação é da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) que apresentou seu protesto contra a escolha das empresas devido à inclusão de um critério que nunca foi observado antes nas vendas para a China: a exigência de que as novas plantas também estejam habilitadas a exportar para a União Europeia.
“Esta nova exigência é muito estranha porque não consta do Protocolo existente entre o governo brasileiro e o governo chinês para a habilitação de exportadores e, com isso, das 24 plantas aprovadas pelo MAPA 16 são de grandes exportadores que já vendem para o mercado chinês como a JBS e o Minerva”, argumentou o Presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar. A JBS já possui seis plantas habilitadas e pela nova lista terá mais seis. “Isso contraria frontalmente o discurso do governo de que democratizaria e criaria maiores oportunidades para empresas de médio porte exportarem para a China. Estados que são importantes produtores como Tocantins, Goiás, Rondônia, Bahia, Mato Grosso do Sul e Pará ficam sem sequer um representante nestas exportações”, informou ele. A nova lista foi encaminhada pela embaixada brasileira ao embaixador Orlando Ribeiro no último dia 26 de abril, mas somente foi divulgada dia 30 de abril. “A Abrafrigo contesta veementemente esta situação e roga ao MAPA que priorize os frigoríficos que foram auditados, ainda não habilitados e outros que estavam aguardando mediante o critério de amostragem que vigorou até agora e aletrado pela exigência do critério de um padrão União Europeia que não consta do Protocolo Brasil-China”, finalizou Péricles Salazar.
PUBLICIDADE
A Abrafrigo reitera, no dia de hoje, a necessidade da permanência do critério anterior, de tal forma que não privilegie apenas a JBS e a Minerva, prejudicando empresas que fizeram grandes investimentos para se prepararem para a auditoria chinesa. Para a entidade, “caso exista realmente a necessidade de se utilizar do critério do Padrão UE para as novas plantas, então que se habilitem empresas que possuem este padrão, mas que ainda não exportam para a China, evitando a concentração daquele mercado num número muito pequeno de empresas de grande porte”.