Quando o preço do petróleo entrou em queda livre em 2014, sob o peso da produção de xisto nos EUA, isso alimentou a crença de que as cotações permaneceriam baixas por um longo tempo.
A nova fonte de petróleo parecia capaz, quase sozinha, de atender o crescimento da demanda mundial, acabando com a necessidade de barris adicionais da Opep. Surgiu o conceito da "faixa de preços do petróleo de xisto", entre US$ 40 e US$ 55 por barril, o intervalo de valores que permitia à maioria dos produtores de xisto dos EUA lucrar sem o risco de inundar o mercado. Durante a maior parte de 2015 a 2017, as cotações do petróleo, de fato, variaram dentro desses limites.
PUBLICIDADE
Em 2018, porém, esse roteiro passou a ser lentamente desrespeitado. Agora, está em processo de desintegração. A alta do Brent para US$ 80 atraiu os olhares, mas desviou as atenções de outro importante marco psicológico do mercado de petróleo. Hoje, a curva futura das cotações do Brent está sendo negociada acima de US$ 60, chegando aos contratos para entrega em dezembro de 2024. A realidade é que o xisto foi incapaz de atender o crescimento da demanda mundial.
Fonte : Valor