Do Rio - A ACE Seguros obteve autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para operar uma resseguradora local no país. Desde o ano passado, a companhia já mantinha operações no Brasil, mas elas eram uma espécie de apêndice da resseguradora no exterior. Funcionavam por meio de um escritório de representação com sede no exterior e autorização para funcionar no país.
"A ACE Resseguradora já nasce grande, pois está absorvendo toda a produção que a ACE estava repassando ao IRB", disse Marco Aurelio Couto, presidente da seguradora, referindo-se à empresa que detinha o monopólio dos resseguros no Brasil até 2007.
Subsidiária de um dos maiores grupos internacionais de seguros e resseguros, a ACE investiu US$ 48 milhões para montar sua estrutura de resseguros no Brasil, de olho em futuros projetos na área de petróleo (pré-sal), infraestrutura e investimentos gerados pela Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, informou Couto. A expectativa é que esses projetos demandem um grande volume de seguros para riscos de engenharia, garantias, propriedades, industriais e responsabilidade civil.
O Brasil é visto como um dos mercados de maior potencial de crescimento pela ACE, que tem operações em 140 países. Prova disso é que Evan Greenberg, responsável pela operação mundial da ACE, veio ao Brasil na semana passada para visitar clientes, corretores e a equipe local e ver de perto as possibilidades de novos negócios. "Temos os recursos, o capital e o conhecimento para aumentar nossa presença aqui e faremos isso de uma maneira consistente", disse Greenberg em entrevista ao Valor.
Especializada em grandes riscos industriais e de propriedade, o grupo ACE faturou mais de US$ 19 bilhões em 2008. Nos primeiros nove meses de 2009 (último balanço disponível), registrou US$ 14,7 bilhões.
Greenberg destacou o fato de a ACE ter sido uma das poucas do mercado internacional a ter saído bem da crise financeira que derrubou gigantes dos seguros e resseguros nos Estados Unidos e na Europa. "Temos um bom gerenciamento dos riscos e não temos CDOs, CLO ou (empréstimos) subprime em nossa carteira", disse o executivo, referindo-se aos esquemas financeiros derivativos que quebraram bancos e seguradoras quando o mercado imobiliário americano entrou em inadimplência, gerando a crise de 2008.
De acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), a ACE Seguradora registrou prêmios de R$ 553 milhões no período de janeiro a novembro. (Fonte: Valor Econômico/JR)
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