A greve dos caminhoneiros e a nova tabela de fretes mínimos estabelecida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) podem trazer perdas de até R$ 4,4 bilhões à siderurgia brasileira, disse nesta quarta-feira (6) o presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
Desse total, R$ 1,1 bilhão seria referente à diminuição da capacidade de altos-fornos (muitos tiveram que ser abafados por falta de insumos) e paralisações em laminações e aciarias por conta do travamento das vias rodoviárias na greve. Os outros R$ 3,3 bilhões a menos do mercado serão causados pelo frete mínimo a ser pago para caminhoneiros.
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Os cálculos foram apresentados hoje em entrevista coletiva para comentar os efeitos das últimas medidas do governo federal sobre a indústria. Estão representadas dez entidades, entre elas a da siderurgia, a do setor químico, de eletrodomésticos, autopeças, entre outros.
Críticas ao governo
Para a indústria de transformação, apesar de pontos positivos conquistados no mandato de Michel Temer, entre eles o teto dos gastos públicos, o corte na taxa básica de juros e a reforma trabalhista, o governo errou em um processo de “abertura econômica” em correção de assimetrias frente a outros países, além das mudanças nas regras de conteúdo local.
As entidades também reclamam do fim do Regime Especial da Indústria Química (Reiq) e da alíquota quase zerada do Reintegra, ressarcimento de resíduo tributário a exportadoras. Ou, como classificaram, a “transferência para a indústria do custo de medidas tributárias compensatórias”. A mudança da taxa de juros de longo prazo (TJLP) para a taxa de longo prazo (TLP) também foi criticada.
Fonte: Valor