A América Latina Logística (ALL) passou a olhar a movimentação de areia por ferrovia como uma oportunidade de negócio. Desde 2007 a empresa fazia transportes eventuais do produto, mas fechou contrato no fim do ano passado com o grupo Sobase, dono da Minermix Mineração e da Concrebase, para levar 25 mil toneladas por mês de areia do interior de São Paulo até a capital. Outros dois contratos estão sendo negociados com as empresas Pedrasil e AB Areias, para o transporte de volumes semelhantes.
"Faltam detalhes para o fechamento [dos novos contratos]", explica o gerente da unidade de produtos industrializados da ALL, Alonso Fernandes Bee. Com os novos contratos, a empresa planeja transportar por mês quase o mesmo volume que registrou em todo o ano de 2008 - foram 113 mil toneladas naquele ano e 228 mil toneladas em 2009. "A meta é 100 mil toneladas por mês", diz o gerente, sendo 75 mil toneladas garantidas pelos três contratos e o restante pela movimentação de carga spot ou novos clientes.
Segundo Bee, antes de comprar a Brasil Ferrovias - em maio de 2006 - a ALL não transportava areia a granel para a construção civil e entrou no ramo "timidamente", mas agora "o olho brilhou". Com a expectativa de aumento no consumo de areia por causa de uma série de incentivos para a construção e para obras, a empresa ferroviária planeja conquistar mais clientes e abrir novas rotas no transporte do produto.
Para atender a Minermix, cujo contrato é de cinco anos, renovável por igual período, será feito um investimento de R$ 2 milhões, em parceria, para a reforma de 41 vagões e melhorias em vias permanentes e locomotivas. Outros investimentos serão necessários após a assinatura de outros contratos em negociação.
A ALL vai carregar a areia em uma estação em Pirambóia (SP) e a carga seguirá cerca de 200 quilômetros até o pátio de Presidente Altino, no Jaguaré, em São Paulo. De lá, será transportada por caminhões até o novo destino. De acordo com o gerente, com o transporte por ferrovia o custo com logística diminui de 10% a 20%, dependendo do tamanho do trecho em que será usado transporte rodoviário.
Edson Pechio, sócio da Minermix, contou que a estação ferroviária fica perto da mineradora e que o grupo Sobase quer ampliar o uso de ferrovia nos seus negócios. "Estamos estudando mandar pedra britada de trem para São Paulo, também", contou o empresário. Segundo Pechio, antes eram enviadas 100 carretas com areia por dia para São Paulo, volume que agora deverá cair pela metade com o início do uso dos trens da ALL.(Fonte: Valor Econômico/ Marli Lima, de Curitiba)
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