Apesar de crescimento, fatia dos empréstimos destinada a esse segmento caiu de 23% para 18%
O crescimento recorde de 49% nos financiamentos do BNDES em 2009 chegou de forma mais fraca a pequenos e médios empresários. No ano em que o banco se esforçou para suprir o crédito escasso devido à crise, o total destinado a essas empresas cresceu apenas 9%, atingindo R$ 23,9 bilhões -embora o número de operações tenha dobrado.
A fatia representa 18% dos R$ 137,4 bilhões que o banco concedeu no ano passado. No ano anterior, micro, pequenas e médias empresas levaram 23,6% dos empréstimos.
Já o volume de recursos para as grandes empresas cresceu 63% no ano passado, atingindo R$ 112,4 bilhões. Os dados constam do boletim de desempenho do banco em 2009.
Só a Petrobras, que obteve R$ 25 bilhões do BNDES em julho, levou mais dinheiro do que os pequenos empresários. A Oi, que obteve uma linha de R$ 4,4 bi, amealhou o equivalente a 88% dos R$ 5 bilhões que as pessoas físicas conseguiram levantar no banco.
Se os recursos cresceram menos, o número de operações com empresas menores deu um salto. Cresceu de 180 mil para 367 mil empréstimos, variação de 104%.
O cartão do BNDES, que oferece linha de crédito pré-aprovada para pequenos empresários comprarem equipamentos, financiou R$ 2,47 bilhões, ou 193% a mais do que em 2008. O número de operações avançou 189%.
Empregos
Sem os R$ 137,4 bilhões que o BNDES emprestou em 2009, o país teria fechado o ano com 3,5 milhões de empregos a menos do que em 2008 diz o presidente do banco, Luciano Coutinho.
Segundo ele, o montante permitiu criar ou manter 4,5 milhões de vagas no período, que compreende o auge da crise. O cálculo é feito anualmente "segundo uma metodologia própria do banco".
Em 2008, o banco teria ajudado a criar ou manter 2,8 milhões de vagas.
Dos R$ 137,4 bilhões financiados, R$ 8 bilhões foram destinados a linhas de capital de giro, criadas para aliviar as empresas no momento mais crítico da crise. Esse tipo de crédito não costuma ser concedido pelo BNDES.
O BNDES já tem R$ 126 bilhões garantidow para os financiamentos deste ano, diz Coutinho. O economista reiterou que não tem pretensão de superar o recorde em financiamentos do ano passado e disse que o papel de fornecedor de crédito deve ser assumido pelo mercado de capitais.(Fonte: Folha de S.Paulo/SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO)
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