A Anglo American espera fechar ainda neste trimestre um contrato de longo prazo para entrega de minério de ferro à futura siderúrgica da Ternium, do grupo Techint, no Porto Açu, em São João da Barra (RJ), depois de vários meses de negociação. Essa é a expectativa de Paulo Castellari, novo presidente da Minério de Ferro do Brasil, subsidiária brasileira da multinacional sul-africana. "Já confirmamos a disponibilidade de volumes para a Ternium, falta ainda acertar dois assuntos comerciais", afirmou.
Do total de 26,5 milhões de toneladas de minério a ser produzido pela Minas-Rio, a partir do segundo semestre de 2013, um quarto do volume deverá ser fornecido à Ternium, mais um quarto para clientes asiáticos e metade ao Oriente Médio. "Tivemos que renegociar contratos com os outros clientes para garantir minério para a Ternium", informou. Ele adiantou ao Valor que, em relação ao preço negociado com os clientes, a Anglo será bem balanceada. "Uma parte do volume se baseará no preço do mercado 'spot' (chinês)".
Castellari informou ontem que o orçamento total do investimento no projeto Minhas Rio, um dos dois ativos adquiridos do grupo EBX de Eike Batista, entre 2007 e 2008, poderá crescer 15% - de US$ 5 bilhões para US$ 5,8 bilhões - devido à demora na liberação de licenças ambientais e dificuldades na contratação de mão de obra e equipamentos para tocar o projeto. "A economia local está muito aquecida e a competitividade nas obras civis está impactando nosso projeto".
O projeto da Anglo, na Serra do Sapo, em Minas, onde se localizam as jazidas de ferro, já sofreu alguns atrasos em seu cronograma inicial e foi classificado pela matriz como "altamente inflacionário", no texto do balanço de 2011, divulgado semana passada. Apesar do ajuste financeiro no 'capex', que inclui mina, mineroduto e porto, o projeto Minas Rio é muito competitivo, afirmou, informando que os recursos minerários medidos pularam de 1,2 bilhão de toneladas para 5,8 bilhões. Isso deixou a companhia animada, que já avalia possibilidades de expansão futura.
Outro ponto vantajoso do negócio, que o executivo ressaltou, foi o custo operacional do minério a ser produzido na Minas-Rio, entre US$ 25 e US$ 30 a tonelada FOB (no porto). "A tonelada entregue na China (CIF) equivale a US$ 45 a US$ 50". Até o início da operação, a Anglo deverá aplicar US$ 12,8 bilhões no empreendimento, incluindo US$ 7 bilhões gastos na aquisição dos ativos.
Fonte: Valor Econômico/Por Vera Saavedra Durão | Do Rio
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