A Arábia Saudita está adiando a divulgação de sua lista mensal de preços de petróleo até o final desta semana, à medida que o reino e a Rússia buscam um debate sobre uma reunião de membros e aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para impedir o colapso da commodity.
A produtora estatal Saudi Aramco deve anunciar seus preços oficiais de venda para maio na quinta-feira, de acordo com fontes ligadas à empresa. A Aramco está adiando o anúncio à medida que aguarda sinais do que pode acontecer quando os produtores globais se encontrarem, na próxima quinta-feira, para discutir a produção de petróleo.
PUBLICIDADE
Com a drástica redução na demanda pelo produto em meio à pandemia do coronavírus, o petróleo do tipo Brent já caiu 48% este ano. As farpas diplomáticas entre Riad e Moscou comprometem um acordo para reduzir a produção e impedir que o petróleo caia ainda mais.
A coalizão conhecida como OPEP + reduziu a produção desde 2017, mas os limites da produção de seus membros expiraram no final de março, depois que os sauditas não conseguiram convencer os russos a aceitar cortes mais profundos na produção.
Enquanto a Arábia mudou de rumo e agora está aumentando a produção para níveis recordes, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que os fornecedores estão abertos a retirar de 10 a 15 milhões de barris de petróleo excedentes no mercado.
O debate sobre novos cortes de produção representa um desafio para a empresa listada em Bolsa mais valiosa do mundo. Adiando seu anúncio, a Aramco pode avaliar melhor a quantidade de petróleo que poderá ter disponível para vender no próximo mês.
O ministério da energia do reino dita a produção de petróleo saudita, portanto, qualquer decisão da Opep, da Rússia e de outros produtores determinaria a quantidade de petróleo que a Aramco pode oferecer aos clientes.
A expectativa do mercado é que a Aramco reduza os preços para maio devido ao colapso da demanda. O atraso pode ser interpretado como um esforço para suspender a guerra global de preços e dar aos países mais espaço para negociar reduções na produção.
Fonte: O Globo