A ArcelorMittal deu provas da continuidade da recuperação da demanda por aço ao contabilizar uma alta de 21% dos lucros no segundo trimestre - resultado sustentado pelos aumentos dos preços. A maior siderúrgica do mundo advertiu o mercado, no entanto, que seus lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cairão no terceiro trimestre em decorrência do desaquecimento sazonal do consumo de aço e do impacto do aumento dos preços das matérias-primas.
Lakshmi Mittal, presidente do conselho de administração e principal acionista da ArcelorMittal, anteviu como moderado o provável desempenho da empresa no segundo semestre deste ano, ao dizer que ele resultaria numa "comparação favorável" com igual período do ano passado.
O consumo de aço representa uma sinopse útil das condições estruturais de setores como o da produção automobilística, da construção civil e da fabricação de eletrodomésticos. Embora a demanda pela commodity tenha caído significativamente em 2008-09, o setor assistiu a uma sólida recuperação no ano passado, quando houve um salto de 15% na produção. Este ano os analistas preveem que a demanda mundial por aço aumente em 6 a 8%.
Refletindo as preocupações de que os lucros da ArcelorMittal estão revelando uma recuperação relativamente lenta, suas ações tiveram desempenho fraco desde o início do ano. Lakshmi Mittal está tentando montar uma plataforma que favoreça o fortalecimento da expansão dos lucros nos próximos anos, em parte por meio do aumento dos investimentos em mineração de carvão e minério de ferro.
Esse esforço visa proteger a empresa dos efeitos das elevações dos preços das matérias-primas, que tiveram um impacto negativo sobre o setor siderúrgico, de modo geral, nos últimos dois anos.
Dando um tom ligeiramente pessimista às projeções da empresa para o restante do ano, a ArcelorMittal disse prever que o Ebitda do terceiro trimestre ficará na faixa dos US$ 2,4 bilhões aos US$ 2,8 bilhões, em vista da desaceleração habitual de verão (no Hemisfério Norte) do setor siderúrgico. No entanto, Mittal disse acreditar que a queda do nível de atividade no setor será menos pronunciado do que no terceiro trimestre do ano passado, em parte devido ao volume comparativamente menor dos estoques.
Fonte> Valor Econômico/Peter Marsh | Financial Times, de Londres
PUBLICIDADE