Em sua estimativa inicial para a temporada 2011/12, a Agroconsult prevê um aumento de 800 mil hectares na área cultivada com soja no país, para o recorde de 25 milhões de hectares, ante 24,2 milhões de hectares do ciclo 2010/11
A área cultivada com milho e soja deve voltar a crescer na temporada 2011/12, na esteira dos altos preços de commodities agrícolas, baixos estoques de grãos nos Estados Unidos, e beneficiada por uma relação de troca favorável aos produtores, disse um executivo da Agroconsult nesta terça-feira.
"Sou altista para os preços em Chicago. Vai depender do clima, mas os estoques devem continuar baixos", disse o sócio diretor da Agroconsult, André Pessôa.
Em sua estimativa inicial para a temporada 2011/12, a Agroconsult prevê um aumento de 800 mil hectares na área cultivada com soja no país, para o recorde de 25 milhões de hectares, ante 24,2 milhões de hectares do ciclo 2010/11.
O cultivo da safra de verão tem início em setembro, com o retorno da temporada das chuvas. No ciclo 2010/11, o Brasil cultivou uma área recorde com soja.
Para o milho, a consultoria aponta uma alta de 300 mil hectares, para 8,2 milhões de hectares, versus 7,9 milhões de hectares cultivados no ciclo anterior. Mas, neste caso, o incremento deve ser ocorrer sobretudo nos Estados do Sul e nas fronteiras agrícolas do Nordeste, como oeste da Bahia e sul do Maranhão, em áreas de alta tecnologia.
Além dos preços favoráveis, os produtores brasileiros trabalham com um cenário positivo no que se refere ao custo de produção. Segundo Pessôa, apesar do aumento de 6 por cento estimado no custo para produzir a soja e de 11 por cento para o milho, o produtor ainda conta com uma relação de troca muito favorável.
"Apesar do aumento do custo de produção, o produtor (brasileiro) hoje precisa de menos sacos para adquirir o pacote básico de tecnologia (necessária para cultivar a safra) na comparação com o ano passado", disse Pessôa.
Nos cálculos iniciais da consultoria, o produtor de soja precisará em média de 23 sacas de 60 kg de soja para adquirir um pacote básico de tecnologia, que inclui sementes, fertilizantes e defensivos, para cultivar 1 hectare de terra.
Em 2010, o produtor precisava de 30 sacas para comprar o mesmo pacote.
No caso do milho, a diferença é mais significativa. Em 2011, segundo a consultoria, devem ser necessárias 55 sacas de milho para pagar o pacote de insumos utilizados no cultivo de 1 hectare com o cereal, contra 75 sacas em 2010.
A base de preços no caso da soja leva em conta as cotações médias em Mato Grosso e a de milho as cotações médias do Paraná.
Algodão
Na avaliação da Agroconsult, a área cultivada com algodão também pode voltar a aumentar e a consultoria trabalha com a perspectiva de um novo incremento de 200 mil hectares, para 1,58 milhão de hectares.
No ciclo 2010/11 houve forte expansão do ano passado, quando se registrou um salto de mais de 60 por cento no plantio da pluma no Brasil, para 1,38 milhão de hectares.
Mas o consultor ressalta que a retração dos preços do algodão, especialmente no mercado interno, pode interferir nesta projeção. Segundo Pessôa, os preços recuaram por conta de uma retração da demanda que não manteve o ritmo das compras em meio à forte alta dos preços da commodity desde o segundo semestre de 2010.
Fonte: Gazeta do Povo (PR)
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