A Argentina suspendeu temporariamente, deste ontem, o registro oficial de novas exportações de óleo e de farelo de soja, produtos que têm o país como maior fornecedor mundial. A indústria interpretou a medida como um passo para um possível aumento da taxa dos direitos de exportação cobrada pelo Estado, conhecida como "retenciones".
A medida, imposta pela Subsecretaria de Mercados Agropecuários e publicada no site do Ministério da Agricultura da Argentina, estabeleceu que o Registro de Declarações Juramentadas de Venda ao Exterior está suspenso "até segunda ordem" nos casos do farelo e do óleo de soja. Esse registro é obrigatório para qualquer embarque.
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A Câmara da Indústria de Óleos da Argentina (Ciara) criticou a medida adotada pelo Governo de Alberto Fernández e disse, no Twitter, que a suspensão temporária desses registro está relacionada à decisão do Ministro da Economia, Martín Guzmán, de "aumentar em dois pontos" as "retenciones para o complexo agroindustrial".
Atualmente, as retenciones sobre farelo e óleo de soja são de 31%, enquanto a soja em grão paga 33%.
Para a Ciara, um aumento nas tarifas de exportação seria "totalmente contrário ao interesse exportador da Argentina". “Além de ilegal, vai afetar a renda de divisas e o emprego na área agroindustrial”, disse a entidade empresarial na rede social.
A Argentina é responsável por 52% do comércio mundial de óleo de soja e por 35% dos embarques de farelo. Juntos, os embarques dois dois produtos superaram US$ 20 bilhões em 2021.
Fonte: Valor