As barreiras comerciais praticadas contra os produtos brasileiros no comércio internacional já chegam a 70, segundo um novo levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O mapeamento da entidade sobre as barreiras comerciais começou a ser realizado em maio de 2018 e é atualizado de forma periódica pela CNI em parceria com associações e federações industriais.
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Nessa última atualização, a CNI encontrou 17 novas barreiras, sendo 10 impostas pelo governo da China. As demais foram criadas por Argentina, México, Índia, Arábia Saudita e União Europeia.
"Esse instrumento tem de ser usado no momento das negociações bilaterais para colocar os problemas que o Brasil está enfrentando no comércio internacional", afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi.
A maior parte das novas barreiras envolve a adoção de subsídios pelo governo chinês, mas também foram identificados adoção de impostos de importação e barreiras fitossanitárias por outros países.
Veja as novas novas barreiras identificadas pela CNI:
País: China
- Tipo de barreiras: 10 tipos de subsídios diferentes
- Produtos afetados: Borracha, materiais elétricos, metais não ferrosos e produtos metalúrgicos
País: México
- Tipo de barreira: Imposto de importação
- Produto afetado: Carne de frango
País: Argentina
- Tipo de barreiras: Barreira técnica e outras
- Produtos afetados: Veículos automotores e plásticos
País: Índia
- Tipo de barreira: Imposto de importação e medidas sanitárias e fitosanitarias.
- Produtos afetados: Carne de frango e couro
País: Arábia Saudita
- Tipo de barreira: Licenciamento de importação
- Produto afetado: Carne de frango
Bloco: União Europeia
- Tipo de barreira: barreira no comércio de serviços
- Produtos afetados: Serviços de TI, telecomunicações, difusão e fornecimento de informações
Segundo a CNI, desde que as barreiras começaram a ser identificadas, o governo brasileiro conseguiu resolver apenas sete das 70 já contabilizadas.
O aumento das barreiras contra o comércio brasileiro se dá num momento de expectativa pela escalada do protecionismo global em função da crise provocada pelo coronavírus e perda de força da Organização Mundial do Comércio (OMC), que poderia solucionar as disputas entre os países.
No mês passado, o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, anunciou que deixará o seu cargo na organização no próximo dia 31 de agosto. Em dezembro do ano passado, o Conselho de Apelação do órgão foi paralisado por uma decisão dos EUA. "Como toda grande organização, a OMC sofreu o um desgaste pelo próprio tempo", afirma Abijaodi.
Fonte: G1