Sem os choques que afetaram as compras de Argentina e China as exportações brasileiras teriam caído aproximadamente US$ 300 milhões, em vez dos US$ 10,6 bilhões observados de janeiro a outubro de 2019, na comparação com o ano passado. O cálculo é do Banco Central, que fez um exercício dentro do Relatório de Inflação (RI) para entender o impacto da recessão argentina e da peste suína na China na relação comercial com o Brasil.
A maior parte do impacto — US$ 8,2 bilhões — refere-se às perdas no comércio com a China. O BC observa que, embora a peste suína tenha impulsionado a venda de carnes para o mercado chinês isso não compensou a queda das exportações de soja devido à mesma peste suína, que reduziu a demanda do país por insumos para ração animal.
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Ainda no cenário contrafactual construído pelo BC, considerando a deterioração menos pronunciada do saldo da balança comercial, o deficit de transações correntes em 2019 teria sido menor de janeiro a outubro: US$ 31,8 bilhões, ante US$ 43,2 bilhões efetivamente realizados. Os dados já levam em consideração as correções realizadas pela Secretaria de Comércio Exterior nos dados de exportação de setembro e outubro.
Para estimar os impactos da crise econômica argentina sobre as exportações brasileiras, a autoridade moneta´ria considerou um cenário contrafactual, simulando condições menos adversas para a economia da Argentina em 2018 e 2019.
No caso da China, foram considerados os efeitos da guerra comercial e também da peste suína sobre as vendas de carnes e soja.
Fonte: Valor