Em seu primeiro balanço anual após voltar a ter ações em bolsa, a subsidiária da Petrobras BR Distribuidora apresentou lucro de R$ 3,2 bilhões, alta de 177,4% em relação a 2017. A direção da empresa propõe a distribuição de 96% desse resultado aos acionistas.
Maior distribuidora de combustíveis do Brasil, a BR teve ações lançadas em bolsa em dezembro de 2017. Na operação, a Petrobras vendeu por R$ 5 bilhões uma parcela de 28,75% do capital da companhia. Os papéis foram comprados por investidores privados pelo valor mínimo.
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Em 2018, a companhia já havia distribuído outros R$ 1,1 bilhão de dividendos, o equivalente a 95% do lucro líquido de 2017. Agora, vai propor aos acionistas a distribuição de R$ 3 bilhões –dos quais R$ 563 milhões já haviam sido aprovados em novembro.
"Foi um ano de muitas conquistas e muitos desafios para a companhia. Mesmo em meio a discussões regulatórias e um mercado retraído –com performance abaixo de 2017 agravada pela greve dos caminhoneiros– a companhia atingiu bons resultados", disse a BR, no balanço divulgado nesta terça (26).
Caso a proposta seja aprovada em assembleia, a Petrobras ficará com R$ 2,16 bilhões e os sócios privados, com R$ 870 milhões.
Entre a reestreia na bolsa, no dia 15 de dezembro de 2017 e esta segunda (25), o valor das ações da companhia subiu 63,5%, quase o dobro do Ibovespa, o principal índice do pregão paulista, que subiu 34% no período.
Em 2018, o volume de vendas da distribuidora caiu 3,8%, para 41,5 bilhões de litros. A receita subiu 15,6%, para R$ R$ 97,7 bilhões, acompanhando a alta dos preços dos combustíveis durante o ano. O resultado da companhia contou com reforço ainda do reconhecimento de dívidas pelo Sistema Eletrobras.
Em abril, as duas empresas assinaram acordo para o pagamento de em 36 parcelas de R$ 4,6 bilhões referentes a calotes na compra de combustível para térmicas por empresas de distribuição de energia na região Norte. As distribuidoras foram privatizadas durante o ano passado.
Segundo a BR, até o momento nove parcelas da dívida foram pagas, além de duas antecipações de distribuidoras de foram compradas pelo grupo Energisa, no valor de R$ 1,8 bilhão.
A BR já havia sido uma companhia de capital aberto, mas teve as ações recompradas pela Petrobras em 2000. Em 2016, a venda de ações entrou nos planos da administração Pedro Parente, como parte do plano de venda de ativos da estatal.
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, já admitiu não descartar a venda da participação remanescente na distribuidora, alegando que se trata de um negócio de varejo, que não estaria no foco das atuações da estatal.
Fonte: Folha SP