O Brasil e a China vão trocar informações sobre a adesão ao Foreign Account Tax Compliance Act (Fatca), dos Estados Unidos, pelo qual todas as instituições financeiras devem declarar ao fisco americano os movimentos de contas detidas por cidadãos americanos. Sempre que uma conta superar US$ 50 mil, o banco deve apresentar relatório detalhado dos fluxos de recursos.
Técnicos do Brasil e da China vão somar esforços para avaliar as implicações para as instituições financeiras que terão de responder a demandas americanas. Em reunião bilateral anual realizada ontem, em Cantão, eles decidiram também por uma maior coordenação em assuntos tributários, especialmente em termos de troca de informações.
As discussões também envolveram cooperação monetária, possibilidade de transações em moeda local e internacionalização de suas respectivas moedas.
Pequim tomou a iniciativa de colocar na agenda o uso de moeda local no comércio bilateral. O Brasil discute o assunto, mas não tem intenção de avançar nisso, visto que tem superávit de US$ 6 bilhões na balança comercial e não pretende ter esse valor em renminbi, ainda sem conversibilidade.
O Brasil tem mais interesse no acordo de swap firmado em março, uma iniciativa preventiva para garantir liquidez em caso de problema sério na economia global. O acordo ajudará o fluxo de comércio em situações emergenciais.
Brasil e China prometeram ainda estreita cooperação na reforma de cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI), para obter mais poder decisório na entidade.
Fonte: Valor Econômico/Assis Moreira | De Cantão, China
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