Empresas nacionais com atuação no país asiático se articulam para criar entidade
Atrasadas em relação a multinacionais de países como Alemanha e Espanha, empresas brasileiras instaladas na China estudam a criação de uma entidade formal para representar interesses coletivos no país.
O assunto tem sido um tema recorrente do Fórum Brasil, grupo informal que reúne empresas instaladas na China, como Vale, Embraer, Brasil Foods e escritórios de advocacia. São cerca de 60 empresas, o dobro de quando o grupo foi criado, em 2004.
"A formalização dará mais visibilidade às empresas que atuam na China, inclusive perante o governo", diz o atual coordenador do fórum, Sérgio de Quadros, representante do Banco do Brasil no país. Mas ele ressalvou que não há decisão tomada e que as matrizes ainda não foram consultadas.
A ideia de uma câmara comercial brasileira na China é incentivada pelo consulado em Xangai, que fez um levantamento sobre o assunto.
"A criação de uma câmara é uma evolução natural das nossas relações", afirma o cônsul em Xangai, Marcos Caramuru. "É claro que, na maioria dos casos, o governo defende o seu setor privado. Mas há vários temas que são típicos do setor privado."
Responsável pela área comercial do consulado, Gláucio Veloso ressalta que todos os países com presença empresarial importante na China têm câmaras formais, responsáveis por relatórios sobre ambiente de negócios e pesquisas de mercado, além de assessorar empresas que querem se instalar na China.
Mas a criação de uma câmara é trabalhosa, diz Veloso. A legislação chinesa exige relatório anual, estrutura organizacional dos membros e prestação de contas.
A demora do Fórum Brasil em se formalizar incentivou a criação de outro grupo, Profissionais Brasileiros na China (PBC).
Fonte: Valor Econômico/FABIANO MAISONNAVE/ENVIADO ESPECIAL A XANGAI
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