A Braskem e a Petrobras, que divide o controle da petroquímica com a Odebrecht, estão perto de chegar ao terceiro aditivo para o contrato de fornecimento de nafta, que expirou em fevereiro do ano passado e vem sendo prorrogado desde então. A nafta é a principal matéria-prima da Braskem e a Petrobras é a única fornecedora nacional do insumo.
Na última terça-feira, em reunião em Brasília, da qual participaram o ministro de Minas e Energia, Carlos Eduardo Braga; o diretor interino de abastecimento da Petrobras, Jorge Celestino Ramos; e o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, ficou decidido que os pontos em aberto para que se estabeleça um novo aditivo, provavelmente também de seis meses, devem ser resolvidos hoje.
PUBLICIDADE
"Foi positiva a reunião realizada [anteontem] no Ministério de Minas e Energia. A Braskem e a Petrobras avançaram nas negociações para a assinatura de um novo aditivo ao contrato de fornecimento de nafta petroquímica", informou a petroquímica em nota. "As duas empresas empregarão os melhores esforços para superar os pontos pendentes e chegar a conclusão do acordo até o fim desta semana."
No encontro de terça-feira, segundo comunicado publicado no site do governo do Rio Grande do Sul, a Petrobras definiu que apresentará proposta de preço para o fornecimento de nafta para a Braskem até amanhã. O vice-governador gaúcho, José Paulo Cairoli, participou da reunião, em razão da preocupação com as operações da Braskem no Estado - no Polo de Triunfo - e de investimentos futuros que dependem do fornecimento de matéria-prima.
A polonesa Synthos, produtora de borracha sintética, pretende erguer uma fábrica no Estado e já assinou um protocolo de intenções com o governo gaúcho, com previsão de investimento de R$ 600 milhões. O butadieno usado na produção da borracha sintética será fornecido pela Braskem, mas o contrato de entrega do insumo depende da definição do preço que a petroquímica pagará pela nafta.
"Como resultado, tanto a Braskem como a Petrobras saíram satisfeitas [da reunião] e o importante é que não haverá rompimento", diz o vice-governador, na nota. Definida a prorrogação, as companhias poderão retomar em março as conversas sobre os termos de um contrato de longo prazo.
A Petrobras fornece 70% das 10 milhões de toneladas de nafta consumidas anualmente pela Braskem, em um contrato de longo prazo que pode movimentar mais de R$ 10 bilhões por ano.
Fonte: Valor Econômico/Stella Fontes | De São Paulo