A Braskem e a empresa americana de biotecnologia Genomatica se uniram para desenvolver uma rota tecnológica para a produção de butadieno, produto químico, a partir do açúcar. É usado como matéria-prima de borracha sintética, utilizada na fabricação de pneus. Em todas as etapas de desenvolvimento do insumo "verde", que envolverão cerca de 100 pesquisadores, os investimentos poderão alcançar dezenas de milhões de dólares, apurou o Valor.
Com capacidade instalada de 460 mil toneladas por ano, a Braskem é a terceira maior produtora mundial de butadieno, a partir da nafta petroquímica. Não há ainda no mundo produção do insumo a partir de matéria-prima renovável. "Com o crescimento do mercado, será necessário ampliar a produção de butadieno em custo competitivo e não vinculado ao eteno", disse Alexandre Elias, diretor de Químicos Renováveis da Braskem.
Segundo a consultoria IHS Chemical, o mercado mundial de butadieno deve totalizar 10,5 milhões de toneladas neste ano, com crescimento anual de 4% até 2020, quando alcançaria 13,5 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, com a conversão de alguns crackers em base nafta para o gás de xisto nos Estados Unidos, deve haver redução da oferta do insumo em certas regiões, abrindo oportunidades para o butadieno "verde".
Na primeira fase da parceria, a Genomatica vai desenvolver um microrganismo capaz de produzir o butadieno a partir do açúcar. Dois pesquisadores da petroquímica brasileira participarão dessa etapa de pesquisa. "A Genomatica entrará com o conhecimento no primeiro momento. Então, o projeto industrial será desenvolvido pela Braskem", afirmou Elias.
Com o avanço das pesquisas, Braskem e Genomatica poderão construir uma unidade-piloto e, uma unidade de demonstração. Se os resultados alcançarem o esperado, será feito o investimento em uma fábrica com capacidade de produção anual de 100 mil toneladas anuais, com início de operação estimado para 2020.
Fonte:Valor Econômico/Stella Fontes | De São Paulo
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