Com a entrada em vigor do sistema de bandeiras tarifárias, autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no início de janeiro, o custo médio da energia elétrica para a indústria brasileira subiu de R$ 360,85 por mwh para R$ 402,26 por mwh, uma alta de 11,5%. O custo médio atual já inclui o reajuste de 0,9% da distribuidora Eletropaulo (SP), após autorização judicial referente a sua revisão tarifária de julho de 2014.
Os dados fazem parte do estudo Quanto custa a energia elétrica para a indústria do Brasil?, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Com o aumento de 11,5%, o país, que em dezembro tinha a oitava tarifa mais cara num ranking de 28 países, passou para a sexta posição. A mais alta é a da Índia: R$ 596,96 por mwh.
“O que chama mais a atenção é essa virada que teve de dezembro para janeiro. O que está embutido aí é o custo da entrada do sistema de bandeiras tarifárias. Foi esse sistema que trouxe esse novo valor", disse a economista Tatiana Lauria, especialista em Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan.
Pelo sistema de bandeiras, que tem as cores verde, amarelo e azul, os consumidores sofrem o aumento de acordo com o custo da energia, impactado pelo uso das térmicas. O mesmo sistema levou a Califórnia ao blecaute e à quebra da Enron – sexta maior empresa dos Estados Unidos – por fraude, para provocar alta deliberada dos preços.
No ranking estadual, São Paulo manteve a 18ª posição com aumento de 0,2% do custo médio industrial do estado, após o reajuste da Eletropaulo.
Tatiana defendeu a necessidade de medidas estruturais que tornem competitivo o custo de energia para a indústria nacional: “Quando a indústria tem de lidar com esse valor elevado de energia e competir com outras indústrias no mercado externo em que seus concorrentes têm esse fator de produção mais barato, ela sai perdendo.”
Fonte: Monitor Mercantil
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