O presidente da Chevron Brasil, Mariano Vela, afirmou nesta quinta-feira que a companhia continua mirando novas oportunidades de aquisições nos próximos leilões de óleo e gás no país. Segundo ele, apesar do movimento de transição energética para uma economia de baixo carbono, a janela de oportunidades para investimentos na indústria petrolífera brasileira ainda está aberta.
“O futuro da Chevron no Brasil está focado, claramente, no sucesso da exploração do pré-sal. Continuamos a avaliar futuras oportunidades”, disse o executivo da petroleira americana durante evento on-line promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).
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Vela citou as oportunidades presentes na 17ª Rodada de concessões de blocos exploratórios, marcada para outubro, e no leilão dos excedentes da cessão onerosa de Sépia e Atapu, no pré-sal, prevista para dezembro.
O executivo destacou que o “tamanho das oportunidades do Brasil é algo muito atrativo” e que os ativos do pré-sal estão no “topo dos rankings mundiais” em potencial de descobertas de recursos.
“A transição energética existe, mas para a Chevron é importante reconhecer que o óleo e gás continuarão sendo muito importantes por várias décadas. É importante reconhecer que, no Brasil, a oportunidade existe e que janela ainda está aberta”, comentou.
Vela, porém, destacou que é importante garantir a competitividade da indústria petrolífera.
Nesse sentido, o presidente da Shell Brasil, Andre Araujo, disse que as grandes petroleiras buscarão locais onde as regras “são estáveis e claras”. “Precisamos encontrar um caminho para a competitividade, num ambiente onde empresas vão ter um teto de investimentos e uma competição por capital com diversas alternativas”.
Araujo afirmou que é otimista quanto à atratividade da indústria petrolífera, mesmo num cenário de transição energética.
“A medida em que chegarmos a um pico de petróleo e a demanda começar a reduzir, não significa que o petróleo vai ser eliminado. Alguém vai sair desse mercado primeiro e alguém vai ficar por último. Não temos bola de cristal para saber que lugar vai deixar de ser competitivo em primeiro lugar, mas o Brasil tem condições de ser um dos últimos”, comentou.
Ele disse que o pré-sal brasileiro é uma área com produtividade bastante elevada e que, com o aumento de investimentos em tecnologia, ela pode ser ainda menos intensa em carbono – aspecto importante num contexto em que as grandes petroleiras vêm apresentando metas de reduções de emissões.
Fonte: Valor