A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresenta os impactos da pandemia do coronavirus na produção agropecuária no mercado interno e analisa o que aconteceu no cenário internacional do agro e os efeitos para o país no período de 30 de março a 3 de abril.
Além disso, a CNA tem feito uma série de ações para garantir não apenas o abastecimento da população brasileira, mas também que os produtores com dificuldades de comercializar sua produção continuem vendendo para obter renda neste período e crise.
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Uma destas iniciativas foi a realização da primeira “Feira Segura”, em Goiânia, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). É um projeto para estimular a realização de feiras livres em todo o País seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar o contágio por coronavírus.
A ideia é que comercializar produtos diretamente na feira e também pelo sistema de drive thru, sem manuseio dos alimentos, com embalagens apropriadas para cada tipo de produto e com a higienização adequada das máquinas de cartão. A ideia é estender o evento para outros estados.
A demanda por flores, plantas ornamentais e borracha natural teve redução drástica. Para as flores, a proibição de eventos e o fechamento de floriculturas e garden centers foram os principais efeitos da pandemia. Alguns segmentos sentem redução de até 90% do faturamento semanal.
No caso da borracha natural, a interrupção ou redução da capacidade de trabalho nas beneficiadoras e indústrias está sendo uma das consequências da crise com impacto direto no faturamento do setor.
Medidas urgentes de prorrogação de prazo para pagamentos de parcelas a vencer, capital de giro a taxas competitivas e recursos para estocagem encontram-se entre as propostas da CNA para esses segmentos.
Frutas e hortaliças
Com as centrais de abastecimento em pleno funcionamento, alguns estados e municípios retomaram as atividades das feiras livres, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde em relação a higiene para prevenção dos feirantes e de seus clientes.
O funcionamento das feiras livres contribuirá para a retomada dos negócios de pequenos e médios produtores de frutas e hortaliças, principalmente aqueles que têm nestas feiras o principal canal de comercialização.
Para auxiliar nesse processo, a CNA tem atuado junto ao MAPA para criar um regulamento com orientações gerais para o funcionamento das feiras livres, varejões e sacolões. O Sistema CNA/Senar, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás, Governo do Estado de Goiás e Centrais de Abastecimento (Ceasa/GO), realizou na sexta (03) a primeira edição da FEIRA SEGURA, uma iniciativa que servirá como exemplo para as demais feiras, ao implementar medidas específicas para garantir o abastecimento de hortaliças e frutas à população.
Após duas semanas com forte alteração na demanda e alta volatilidade no preço das frutas e hortaliças, o cenário aponta para uma estabilização com movimentos sazonais decorrentes de safra e entressafra de produção.
Na exportação de frutas, produtores enfrentam dificuldade no despacho aduaneiro em razão da necessidade de envio de documentos originais por via aérea. No caso da maçã, a CNA recorreu ao Ministério da Agricultura para que interceda junto à China e Bangladesh - principais importadores - a fim de que flexibilizem o recebimento de documentos digitalizados durante o período de crise.
Commodities agrícolas
Produção e comercialização de soja e milho seguem dentro da normalidade, após preocupações com as condições logísticas. Para o café, o início da colheita vem acompanhado da preocupação com a disponibilidade de mão de obra e cuidado com os trabalhadores. O Sistema CNA tem informado os produtores quanto aos procedimentos adequados para manutenção da produção.
No setor sucroenergético, a crise do petróleo estabelecida em meio a pandemia tem afetado o faturamento do setor. Para os fornecedores de cana, os riscos aumentam diante da redução de demanda e dos preços do etanol, que podem acometê-los em decorrência do não cumprimento de contratos entre distribuidoras e usinas.
Aves e Suínos
Produtos congelados continuam com alta demanda e percebe-se uma pequena recuperação do mercado de resfriados, mas que não foi suficiente para melhorar o preço do frango vivo pago ao produtor independente. O produtor independente e os pequenos frigoríficos de aves ainda sentem o reflexo da queda de consumo no food service, que resultou na desvalorização do frango vivo acumulada em cerca de 10% nos dois primeiros dias de abril (SP), conforme dados da JOX Consultoria.
Produtores independentes de suínos estão buscando novas formas de organização coletiva para comercializar a produção, já que as integradoras diminuíram as compras de animais desses produtores em 70%, dando preferência aos produtores integrados. O preço pago pelo suíno a esses produtores nos primeiros dias de abril caiu em todas as praças, variando de -5,2% em Mato Grosso a -15,4% em Minas Gerais em relação à semana passada.
Lácteos
Grandes indústrias mantêm a captação de leite e dão preferência para a produção de leite UHT e leite em pó, já que houve redução do consumo de outros processados como queijos. A publicação do Ofício Circular nº 28/2020 do Ministério da Agricultura permitiu a comercialização de leite de pequenos laticínios com inspeção municipal e estadual para indústrias com inspeção federal, criando uma alternativa para pequenos produtores escoarem a produção.
Boi gordo
As vendas no atacado e no varejo registraram queda nesta semana, especialmente os cortes nobres. Prevendo a redução no consumo interno, três plantas frigoríficas de Mato Grosso do Sul entraram em férias coletivas nesta semana. No total, são 11 plantas frigoríficas paralisadas, o que contribui para a desvalorização do preço da @ ao produtor em 3,5% nos últimos 5 dias.
Para manter o abastecimento de alimentos no país e apoiar o produtor no enfrentamento dessa crise, o setor conta com o apoio do Governo federal quanto à isenção de PIS/PASEP que incide sobre a suplementação animal, que contribuiria para a redução dos custos de produção, dando mais competitividade.
Aquicultura
As empresas verticalizadas de tilápia ou os produtores que entregam para entrepostos de pescado estão funcionando em plena capacidade. Eles optaram por redirecionar a produção que ia para o food service para as redes varejistas, onde houve aumento de demanda. Os produtores que comercializam peixe fresco para as Ceasas e feiras livres continuam com dificuldade de escoar sua produção.
Produtores de camarão ainda sofrem com a redução drástica da demanda. A alternativa está sendo buscar novos mercados externos que remunerem bem o produto.
Alimentação Animal
O alto preço do milho e do farelo de soja tem preocupado produtores pecuaristas. Em 2020, o milho já acumula valorização de 18,3% no mercado interno brasileiro. Se a tendência de alta dos insumos para alimentação animal for mantida, os pecuaristas devem sofrer com margens negativas e perda de competitividade.
COMÉRCIO INTERNACIONAL
União Europeia
- A Comissão Europeia publicou, no dia 31 de março, medida que permite que os Estados-membros realizem controles oficiais sobre a cadeia agroalimentar de maneira mais flexível. A medida tem como objetivo impedir a propagação da doença através da circulação das equipes que trabalham em setores de controle de mercadorias, além de facilitar a circulação de animais, plantas e alimentos para dentro da UE. Entretanto, a medida não modifica as regras da UE que regulam a saúde pública e animal, segurança dos alimentos e bem-estar animal. Esta medida é inicialmente válida por dois meses e poderá ser revisada no decorrer do avanço das ações contra o Covid-19;
- Para verificação nas fronteiras, continuarão a ser aceitos os documentos enviados eletronicamente, com o comprometimento do fornecedor de enviar o original o mais rápido possível;
- Diversos pacotes de ajuda econômica estão sendo aprovados em diversos países da UE. Os pacotes aprovados são destinados, em sua maioria, para a compra de equipamentos de saúde;
- Como o Órgão de Apelação da OMC está com os seus serviços paralisados, a UE e outros 15 membros da OMC ratificaram um acordo que lhes permitirá interpor recursos e resolver disputas comerciais entre eles, durante este tempo de paralização dos serviços. Este acordo cumpre o compromisso político, em nível ministerial, assumido em Davos, em janeiro;
- Na França, nota-se possível redução na demanda por produtos frescos;
- Na Itália, as importações agroalimentares se mantêm em níveis regulares, com pequeno aumento do custo de fretes. Contudo, as importações em contêineres enfrentam dificuldades logísticas;
- Na Hungria, espera-se redução expressiva nas exportações de couro. Há também possível redução nas exportações de carnes. A demanda no país deve-se manter inalterada para outros itens como frutas tropicais, café, cacau, farelo de trigo entre outros;
- A Comissão Europeia espera implementar os “corredores verdes”, para reduzir entraves ao transporte de bens entre países membros.
China
- Os dados oficiais chineses indicam uma melhora expressiva da situação da pandemia no país ao longo do mês de março. Nas últimas semanas não foram registrados casos de contaminação local, motivando o progressivo retorno das atividades econômicas;
- Relatórios apontam que 88% das empresas do setor agrícola já teriam retomado suas atividades. Segundo a “National food and Strategic Reserves Administration”, 97% das principais empresas nacionais de fornecimento agrícola e 63% das empresas de processamento de grãos também já teriam retomado suas atividades;
- O Ministério dos Transportes adotou medidas conjuntas com o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais (MARA) para assegurar o transporte nacional de insumos agrícolas com vistas a viabilizar o plantio da safra 2020/2021;
- De acordo com consultorias privadas, a pandemia do Covid-19, somada aos impactos da epidemia de peste suína africana na produção chinesa de proteína animal e do avanço da praga “fall armyworm” na produção de milho do país, teriam afetado severamente a produção agrícola domestica, havendo riscos reais de desabastecimento de alimentos ao longo do ano;
- As autoridades chinesas estão preocupadas com o os novos casos “importados” do Covid-19 no país. Com o fim das quarentenas e a recente liberação dos deslocamentos na província de Hubei, as autoridades estão em alerta para a possibilidade de um novo pico da doença. Em vista disso, novas medidas de contenção estão sendo implementadas nos últimos dias, incluindo o fechamento de locais públicos e medidas de distanciamento social em algumas cidades;
- Redução de voos internacionais tem dificultado envio de documentos originais e carregamentos de soja;
- O Porto de Xangai, que chegou a registrar queda de 20% no processamento de contêineres durante o mês de fevereiro, tem conseguido reduzir o acúmulo de cargas refrigeradas, mas mantém a ocupação próxima de 80%;
- Nos últimos meses, foram adicionadas 7.000 novas posições para conexão de contêineres refrigerados nos portos de Xangai e Tianjin, aumentando a capacidade de armazenamento de cargas refrigeradas em cerca de 40%;
- O comércio eletrônico de carnes registrou, em meados de março, aumento de 400% de suas vendas em relação ao mesmo período do ano anterior. Diversos produtos processados e congelados apresentaram desempenho de vendas 200% superior à média histórica;
- Segundo depoimentos, a logística para comércio de soja está operando normalmente;
- Os supermercados na cidade de Cantão têm aumentado a oferta de carne, legumes, frutas e outros produtos alimentícios. A venda de carne nos mercados da cidade subiu 400% e de legumes 10%;
- Durante a pandemia, foi prejudicada a produção de sementes, fertilizantes, pesticidas, alimentos para animais, bem como a logística de distribuição em Cantão.
Arábia Saudita
- De acordo com exportadores brasileiros, as importações de produtos cárneos provenientes do Brasil, que atendiam grande parte do setor de “food service” do país, têm sido fortemente prejudicadas. Uma empresa brasileira relatou que suas vendas para o país caíram 60% e indicou que a indústria doméstica de carne de aves, que tradicionalmente vende seus produtos para supermercados, não tem conseguido atender o aumento da demanda neste canal de comércio;
- Os recentes surtos de gripe aviária na Arábia Saudita e as medidas de isolamento estariam reduzindo a produtividade dos abatedouros. As medidas para conter o Covid-19 no país podem prejudicar possíveis iniciativas para aumentar a produção local de frangos, devido às dificuldades para contratar trabalhadores;
- A Saudi Food and Drug Authority (SFDA) autorizou que dois estabelecimentos ucranianos exportadores de carne de aves, habilitados a exportar apenas peito de frango, voltassem a exportar também o frango inteiro “griller”. Esta medida tem relação com a preocupação do abastecimento interno;
- A Ucrânia, que teve os seus cinco estabelecimentos exportadores para a Arábia Saudita suspensos no final de 2019, figura, depois do Brasil, como o segundo principal fornecedor externo de carne de aves para a Arábia Saudita;
- Com uma alta demanda por carne de aves no país, a SFDA tem solicitado a seus clientes locais (importadores e distribuidores) que apontem SIFs brasileiros, atualmente fora da lista, que gostariam de ser habilitados para a exportação.
Argélia
- O presidente Abdelmadjid Tebboune decretou, no último dia 22 de março, medidas para redução de até US$ 10 bilhões nas importações do país, que tem sofrido os impactos da queda dos preços internacionais do petróleo e da pandemia de Covid-19. A nova Lei Complementar de Finanças 2020 deverá rever para baixo as despesas do estado e impor uma série de medidas restritivas ao comércio exterior;
- A lei prevê cortes nos grupos de alimentos, bens de consumo não alimentícios, equipamentos agrícolas, equipamentos industriais, energia, lubrificantes combustíveis e produtos semiacabados;
- No caso do comércio com o Brasil, a nova lei, ainda em fase de elaboração, pode impor restrições às importações de produtos siderúrgicos, milho em grão para alimentação animal, carne bovina e café. Estes produtos representaram 18,3% da pauta exportadora brasileira para a Argélia em 2019;
- O grupo Cevital, principal importador de produtos brasileiros no país, publicou nota em jornais locais, tranquilizando a população quanto à manutenção do fornecimento de alimentos durante a pandemia. Na nota, o grupo ressalta sua capacidade de cobrir “200% das necessidades do mercado argelino”, que se explica pelo fato de que metade do açúcar mascavo e da soja que o grupo importa, são processados localmente e reexportados a países próximos.
Coreia do Sul
- Com o início da estabilização da pandemia do Covid-19 na Coreia do Sul, muitas empresas e órgãos do governo, voltaram com suas atividades. A Associação de Importadores da Coreia (KOIMA) procurou a Embaixada do Brasil no país, pois está interessado em importar carne de frango do Brasil, em especial pés e asas.
Vietnã
- No início da epidemia do Covid-19 na China, o fechamento das fronteiras e suspensão dos voos entre os países causou impacto significativo nas exportações por terra, principalmente de gêneros alimentícios;
- Relatório do Banco de Desenvolvimento Asiático de 10 de março prevê que, devido à pandemia, o PIB do país deverá ter uma queda de 0,41%, enquanto analistas já consideram queda, ao menos de 1%;
- As medidas de contenção anunciadas pelo governo vietnamita não impactam diretamente o comércio marítimo e os portos comerciais do país. Também não há relatos de restrição comercial ou sanitária;
- Diante da pandemia, o Vietnã ainda sente os efeitos da epidemia de peste suína africana de 2019 e recentemente teve novos focos de influenza aviária. Estas duas doenças têm gerado pressão adicional no mercado de proteínas animais, levando as autoridades oficiais a declararem, para a imprensa local, que devem facilitar as importações para conter os preços domésticos;
- De acordo com estatísticas do governo vietnamita, as exportações brasileiras de produtos agrícolas para o país nos primeiros dois meses de 2020 tiveram redução de 35% em comparação com o mesmo período do ano passado (em valor). A soja não registrou exportação, o tabaco sofreu redução de 83%, e o milho, 63% de queda. As reduções observadas parecem se inserir na tendência geral de uma queda na procura por estes produtos e nas recentes exigências de Certificado de Livre Venda nos portos vietnamitas, que têm dificultado a internalização dos produtos brasileiros pelas empresas importadores de insumos pecuários;
- Há setores que apresentam aumento considerável: trigo (pouca participação na pauta exportadora, mas registrou aumento de quase 26%), outros preparos de alimentos comestíveis (86%) e algodão (67%).
Chile
- O governo chileno garante que não há motivos para preocupação de um futuro desabastecimento de alimentos no país. Contudo, a população não parece concordar e tem feito estoques de produtos alimentícios nas últimas semanas;
- Em relação ao abastecimento de carne de porco e de aves, o governo chileno garante que não depende de países terceiros para o seu suprimento, de modo que, se a cadeia logística for interrompida, não haverá escassez desses produtos. Apenas haverá escassez se Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (principais fornecedores) decidirem impor uma política restritiva sobre esses insumos;
- A preocupação no Chile é com o fechamento das fronteiras terrestres, que podem levar a complicações logísticas na entrada de produtos agrícolas no país.
Argentina
- As empresas de alimentação, transporte de mercadorias e de distribuição de alimentos fazem parte dos grupos de trabalho que estão isentos das regras de restrições de circulação no país;
- O governo informou que o trabalho na fronteira está fluindo normalmente, porém com horário e número de funcionários reduzidos. Mas já se especula sobre possível fechamento completo das fronteiras;
- Há instruções para que os produtos que entram e saiam do país, sejam inspecionados, porém sem adicionais restrições;
- O governo local e as autoridades provinciais têm tomado medidas que afetam a previsibilidade com relação à manutenção do fluxo comercial nos setores de bens e serviços;
- O Ministério da Agricultura tem atuado para não haver interrupções no comércio agrícola e problemas de abastecimento;
- Representantes da Sociedade Rural Argentina estão trabalhando em documentos padronizados de “salvo-condutos”, para que os produtores rurais ou vinculados com a produção, distribuição e comercialização agropecuária e de pesca possam circular com mais tranquilidade;
- Houve uma queda no consumo em geral de alimentos agrícolas. Alguns pequenos mercados estão fechando, por falta de demanda. Os produtores argentinos estão enfrentando problemas desde o decreto que instituiu o fechamento de restaurantes e hotéis, pois sua produção era destina 100% a estes estabelecimentos;
- Não há restrições oficiais de importações no país. Porém, algumas entidades privadas, juntamente com o governo, estão encontrando problemas pontuais na entrada e saída de caminhões de grãos e insumos agrícolas.
Marrocos
- O governo do Marrocos adotou decretos que suspendem, a partir do dia 1º de abril, a cobrança de tarifa sobre as importações d trigo duro, lentilhas, grão de bico, favas e feijões comuns secos;
- Foi prorrogada, até 15 de junho, a suspensão da cobrança das tarifas de importação aplicadas ao trigo mole e seus derivados (35%);
- As medidas visam garantir o fornecimento de cereais e leguminosas no mercado doméstico a preços razoáveis, especialmente com a chegada do ramadã, com a provável queda na produção nacional e a situação econômica vinculada à pandemia do Covid-19;
- O país está aceitando cópias eletrônicas de certificados fitossanitários. Além disso, foram suspensas exigências fitossanitárias para cereais.
Cazaquistão
- O governo anunciou um plano para isentar impostos de importação dos gêneros alimentícios essenciais;
- As fronteiras do país estão fechadas apenas para a entrada de pessoas. Porém, com a China, a fronteira está fechada também para bens.
Colômbia
- Ficam isentas de imposto de importação e de IVA as importações em 110 linhas tarifárias, principalmente dos setores de saúde e transporte. Essa medida elimina preferência comercial brasileira.
Suíça
- Apesar da intenção de manter o trânsito de mercadorias, o controle sobre o fluxo de pessoas tem causado atrasos na entrada de mercadorias na fronteira.
Austrália
- Planejam medidas preventivas de biossegurança, não especificadas;
- Há pressão da opinião pública para que cargas e tripulantes provenientes da China, Coreia e outros países gravemente afetados pelo Covid-19 passem por medidas de quarentena mais longas.
Grécia
- Provável redução das importações de café, decorrentes do fechamento de restaurantes e cafeterias.
Camarões
- O país suspendeu a emissão de certificados técnicos de importação de animais vivos, produtos animais e pescados de países com foto ativo do covid-19. Tal medida não deve impactar exportações brasileiras, composta por outros produtos.
Jordânia
- O governo do país solicitou que importadores de carne façam estoque do produto, mas o eventual prolongamento das restrições pode levar a revisões de contratos em geral.
Tunísia
- Devido ao fechamento de restaurantes e afins, há possibilidade de redução nas importações de café e açúcar do Brasil.
Israel
- Já se verifica pressão de produtores locais contra medidas para aumento de importações de frutas e legumes frescos. As exportações brasileiras não deverão ser afetadas.
México
- Verifica-se a oportunidade de abertura de mercado para o Brasil com a queda nas importações de tilápias da China e de carnes de aves e lácteos dos EUA.
Rússia
- Há certa indicação de aumento da demanda por produtos brasileiros, em especial por carnes;
- As restrições a exportações de cereais foram suspensas;
- Ministério da Agricultura estuda isentar alimentos de tarifa de importação.
Catar
- No dia 25 de março, foi adotado novo modelo de Certificado Sanitário Internacional;
- Suspensão, por seis meses, do imposto de importação sobre alimentos e matérias hospitalares.
Indonésia
- Há indicação de que será renovada a quota para carne brasileira, com possibilidade de aumento do volume.
Kuwait
- Foi identificado aumento nas importações de alimentos do Brasil, especialmente carne de frango.
Outras notícias
- Os presidentes da OMC, FAO e OMS emitiram uma declaração conjunta pedindo aos governos que minimizem o impacto das restrições fronteiriças no comércio de alimentos. De acordo com os presidentes das organizações, a incerteza sobre a disponibilidade de alimentos pode desencadear uma onda de restrições às exportações, criando uma escassez no mercado global;
- No dia 26 de março, os países do G20 se comprometeram a tomar medidas necessárias e imediatas para facilitar o comércio de suprimentos e equipamentos médicos, produtos agrícolas e outros bens e serviços essenciais neste período de crise.