A CNI (Confederação Nacional da Indústria) assinou ontem, terça (11), um acordo com a US Chamber of Commerce, maior associação empresarial dos EUA, para fazer um estudo de impacto sobre um eventual acordo comercial entre Brasil e EUA.
A CNI espera que, em um ano, a proposta de acordo esteja sobre a mesa dos presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama.
"Nossa indústria está debilitada, mas, quando retomarmos o crescimento, onde vamos desaguar a produção?", diz Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI. "Não basta ter só mercados pequenos da América Latina, já sentimos o baque da Argentina na balança; precisamos procurar parceiros."
As negociações vão começar por propostas para eliminar barreiras não tarifárias (como as sanitárias, que afetam carne bovina), uniformização de padrões, estudos para eliminar a bitributação, acordo de previdência e facilitação de trânsito de pessoas.
Os dois últimos iam ser assinados na visita de Estado que Dilma faria a Washington no ano passado, mas foram para a geladeira depois do cancelamento, por causa das revelações de que o governo americano espionou líderes mundiais, inclusive ela.
Abijaodi admite que alguns setores, como o de máquinas, resistem à redução de tarifas de importação e precisariam de prazo maior.
"Mas setores que tradicionalmente queriam proteção, como o de eletroeletrônicos, querem o acordo, pois precisam importar não só muitos componentes mas também serviços como software", diz.
O setor químico e o setor farmacêutico também teriam interesse no acordo.
O governo brasileiro tem afirmado que sua prioridade é fechar um acordo entre o Mercosul e a União Europeia, mas as negociações empacaram porque a Argentina se recusa a reduzir tarifas no mesmo ritmo que os outros países do bloco, e a UE tem problemas para formalizar sua oferta na área agrícola.
Fonte: Folha de São Paulo/PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO
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