Com a implantação de um novo terminal de etano no México, a Braskem Idesa poderá importar até 100% de suas necessidades de matéria-prima a partir de 2023, disse o presidente da petroquímica mexicana, Stefan Lepecki, nesta quinta-feira, em reunião da Braskem com analistas e investidores.
Conforme o executivo, o projeto deve ser submetido para aprovação do conselho nos próximos meses e responde aos esforços que vem sendo implementados pela Braskem Idesa nos últimos anos para elevar a taxa de utilização de capacidade do complexo, que tem sofrido com a oferta insuficiente de etano pela Pemex. “Temos um novo projeto de terminal de importação, com escala para receber os navios e conexão via dutos com a Braskem Idesa, que poderá suprir 100% das necessidades da planta”, afirmou.
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A Braskem Idesa já tem importado etano dos Estados Unidos e deve chegar a 40% de suas necessidades no curto prazo com adição de mais um píer à estrutura atual. Ao mesmo tempo, disse Lepecki, a Braskem Idesa mantém o diálogo com a Pemex para continuidade do contrato atual, que tem validade até 2035. “A grande estratégia é manter o diálogo com a Pemex, mas buscando alternativas que permitam diversificação”, explicou.
Os investimentos, porém, tendem a ser elevados já que o etano é transportado a temperaturas criogênicas e o volume que será movimentado subirá significativamente.
O executivo ressaltou que o contrato com a Pemex, que é alvo de denúncias de corrupção no México, é robusto, com os termos típicos de um contrato internacional, incluindo a cláusula de take-or-pay — a Pemex não vem cumprindo o contrato nem o pagamento de compensações financeiras.
Lepeck informou que a Braskem Idesa segue em tratativas com o governo mexicano, que incluem entidades de classe, para buscar soluções de aumento da oferta local de petróleo e derivados e também de importação de etano.
Fonte: Valor