O regime tarifário especial do Nafta, o bloco comercial que reúne Estados Unidos, Canadá e México, não desestimulou uma subsidiária do grupo Fiat a transferir da filial americana para a brasileira o atendimento ao mercado mexicano. Instalada em Betim (MG), a Comau brasileira , que fornece sistemas de automação e manutenção industrial , já era responsável pelo atendimento dos países do Mercosul. Com a mudança, passa a ter como o foco a América Latina como um todo.
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Bens de capital entram no México com uma taxa de 14%, caso produzidas no Brasil, ou sem taxa, se forem produzidas na Argentina. A mudança feita pela Fiat só se justifica porque a empresa quer reforçar no México a prestação de serviços, e não a importação de equipamentos. " A prestação de serviços e gestão de ativos já significa no âmbito do Mercosul 65% do nosso faturamento", afirmou o diretor geral da Comau, Alejandro Solis. A filial mexicana deve se dedicar no futuro apenas aos serviços relacionados à automação industrial.
A operação no México ainda é muito pequena: consegue um faturamento da ordem de US$ 35 milhões, ou cerca de R$ 60 milhões. É menos de 10% do faturamento total da Comau Mercosul, que deve ficar em R$ 730 milhões este ano. O valor não considera um contrato para a gestão de ativos de 14 fábricas de eletrodomésticos do grupo Haier, na China, que começou a ser executado em abril. O contrato teve peso estratégico, ainda que de valor baixo: 15 milhões de Renminbis, ou algo como R$ 4 milhões anuais de ganhos fixos, além de parcela variável.
"O mercado nosso na China representa 3% ou 4% do que faturamos no Mercosul e não é contabilizado pela Comau daqui", disse Solis. Segundo informação da própria empresa, a Comau consegue 13% do mercado brasileiro de manutenção terceirizada. Em termos globais, a Comau faturou em 2009 € 720 milhões, com 12 mil funcionários. Um ano antes, em 2008, havia obtido uma receita de € 1,1 bilhão.
Fonte:Valor Econômico/César Felício | De Belo Horizonte