As exportações brasileiras à Argentina começaram a dar sinais de recuperação em julho, anunciou segunda-feira (23) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), após as duas maiores economias da América do Sul concordarem em virar a página a respeito de uma série de disputas comerciais.
Segundo a pasta, as exportações do país à Argentina atingiram uma média de 72,4 milhões de dólares por dia útil durante as três primeiras semanas de julho, valor 10,4 por cento acima da média no mesmo período em junho.
"As coisas estão se normalizando", disse à Reuters uma fonte do Mdic em Brasília.
"O inventário de produtos barrados nas aduanas está reduzindo. As coisas estão fluindo. Existe boa vontade da parte da Argentina para normalizar o fluxo comercial", adicionou.
As exportações à Argentina, terceiro maior parceiro comercial do Brasil, após China e Estados Unidos, recuaram 34 por cento em base anualizada em junho após Buenos Aires impor barreiras às importações para deter a redução do superávit comercial e esfriar a demanda de dólares.
O Brasil respondeu eliminando as licenças automáticas para dezenas de produtos, como maçãs, batatas e vinhos, o que reduziu em 30 por cento as exportações argentinas ao maior mercado da América Latina em junho.
Ambos os países acordaram uma trégua em junho durante uma cúpula do Mercosul na cidade de Mendoza, na Argentina.
A secretária de Comércio Exterior do Brasil, Tatiana Prazeres, se reuniu em Brasília com sua colega argentina, Beatriz Paglieri, para monitorar o fluxo comercial.
Segundo nota divulgada pelo Mdic, Prazeres disse que os resultados eram positivos e espera que o fluxo comercial "apresente um crescimento nos próximos meses".
O intercâmbio comercial entre Brasil e Argentina foi de 39,684 bilhões de dólares em 2011, com um saldo de 5,803 bilhões de dólares favorável ao Brasil.
Fonte: Reuters / Esteban Israel
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