Os três milhões de toneladas de placas de aço da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) - mais a produção da segunda etapa, ainda não divulgada oficialmente -, já têm garantia de venda. Foi o que afirmou o presidente do Conselho Administrativo da CSP, Aristides Corbellini.
A certeza da comercialização de toda a produção, a partir de 2015, é assegurada por meio do contrato do tipo take or pay (em português, “pegue ou pague”), entre os acionistas, a Companhia Vale (50%); a Dongkuk Steel (30%) e a Posco Steel (20%), as duas últimas sul-coreanas. O contrato vale por 15 anos.
“A CSP tem a produção 100% vendida. Nessa primeira fase, produz três milhões de toneladas; 1,6 milhão a Dongkuk compra; a Posco tem que comprar 800 mil e a Vale, 600 mil. Essa questão de mercado não se põe”, respondeu Corbellini, sobre as intervenções dos humores do mercado internacional no projeto siderúrgico.
Corbellini marcou a data do início das obras físicas da siderúrgica, com ato simbólico da primeira estaca encravada: 17 de julho de 2012. “Já está decidido, comentei com o governador (Cid Gomes) na última visita em março. Vamos ver se o governador aperta o botão e aciona o bate-estacas. Hoje (ontem) fui lá (no terreno), está muito avançado”, afirmou o presidente do Conselho Administrativo. Ele sustentou que os primeiros materiais de construção chegam em julho, conforme O POVO informara na edição do dia 21 de março.
Fornecedores locais
A companhia finaliza um estudo com o diagnóstico do potencial de fornecedores locais, como O POVO publicara em 15 de março.
“Você opera core business (centro do negócio) e precisa, em volta, de um monte de outras atividades. O diagnóstico inclui São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Caucaia e Sobral”, informou Marcos Chiorboli, presidente da CSP.
A outra parte fomentadora é o Governo do Estado, que vai debater um levantamento do Conselho Gestor e da Unidade Gestora do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) sobre os problemas a serem resolvidas para impulsionar o CIPP, adiantou Eduardo Diogo, titular da Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag). A reunião com o governador está marcada para sexta-feira, dia 18, às 10 horas, no Palácio da Abolição.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A Companhia Siderúrgica do Pecém está em uma ZPE. Por isso, tem obrigação de vender, no mínimo, 80% da produção ao mercado externo. Mesmo com essa margem de 20%, a empresa vai exportar 100% da produção.
Números
8,46
bilhões de reais é o valor aproximado do investimento na primeira fase da CSP
15 mil
trabalhadores será o pico de trabalhadores atuando na CSP, na virada de 2013 para 2014
Saiba mais
Três andares de escritórios
A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) reformou três andares de um edifício na avenida Dom Luiz para abrigar os funcionários da empresa. A maioria atuava no Rio de Janeiro. É um ato simbólico da fixação e do interesse avançado no início da operação da usina.
“Esse escritório representa a vinda da CSP para Fortaleza definitivamente. A partir de 1º de julho, não terá mais ninguém da CSP trabalhando no Rio de Janeiro. A CSP é uma sociedade cearense, é uma siderúrgica cearense e o escritório dela tem que estar no Ceará”, comentou Aristides Corbellini.
Fonte: O Povo (CE)/Andreh Jonathas
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