A BR Distribuidora avaliará “por diferentes ângulos” o interesse em comprar ou não ativos de refino colocados à venda pela Petrobras, disse nesta terça-feira o presidente da companhia, Rafael Grisolia. “Temos obrigação, como distribuidora, de olhar isso pelos diferentes ângulos”, afirmou durante teleconferência com investidores.
Questionado sobre os planos de desinvestimentos da BR, o dirigente disse que sua gestão à frente da companhia manterá as diretrizes do plano de negócios, de focar em ativos que “agregam valor, de fato”, mas que vai revisitar alguns pontos.
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“Vamos ter que dar uma revisitada sobre algumas decisões. Na parte de energia e gás, precisamos pensar no longo prazo. Pode ser que a gente revisite alguma coisa, mas nada confirmado”, disse.
O executivo disse acreditar que uma eventual redução da presença da Petrobras no capital da companhia, por meio de uma oferta subsequente de ações (follow-on), deve levantar um debate se a BR deve continuar ou não submetida à Lei das Estatais.
Segundo ele, a governança da distribuidora será uma “discussão importante” em relação aos “próximos passos” do follow-on da Petrobras.
“A Lei das Estatais tem uma governança muito importante. A governança é um valor fundamental para nós, mas a Lei das Estatais, para uma empresa que tem que competir forte, como a BR, cria dificuldades em relação a contratações [de bens e serviços], em como lidar com gestão de pessoas”, afirmou durante teleconferência com investidores.
Sobre sua gestão à frente da BR, Grisolia disse que assume com uma mensagem de continuidade, em colocar o foco nas diretrizes do plano de negócios da empresa. “Toda a agenda colocada no IPO [operação de abertura de mercado] da BR está presente no nosso planejamento. A mensagem é de continuidade”, sustentou.
Dentre os pilares do plano de negócios da empresa, ele destacou que a BR continuará olhando para a eficiência na margem bruta, redução de custos e geração de valor nos negócios de lubrificantes, conveniência e nos programas de fidelidade e melhorias das formas de pagamento, incorporando o conceito de transformação digital.
“Também precisamos ter consistência no balanceamento entre nossa posição de preço e o volume de vendas, achar esse equilíbrio é muito importante”, disse. “Se perdemos escala de volume, isso começa a afetar também nossa métrica de reais por metro cúbico vendido”, completou.
O diretor da rede de postos e varejo da BR, Marcelo Bragança, disse, por sua vez, que a companhia continua olhando novas oportunidades de expandir sua rede, após anunciar o embandeiramento de 50 postos da rede Duque, em São Paulo.
“Estamos olhando oportunidades em todos os locais no Brasil, desde bandeira branca a outras redes. É um movimento natural e constante qualificar cada vez mais nossos pontos de revenda”, notou.
Sobre o negócio de lubrificantes, o diretor de operação e logística, Alípio Ferreira Pinto Junior, indicou que a BR espera concluir no segundo semestre de 2020 as obras de expansão da fábrica de Duque de Caxias (RJ).
Fonte: Valor