O bom desempenho da soja e do trigo elevou a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de grãos 2013/2014 no País. De acordo com o 7º levantamento do órgão, a colheita deve ficar em 190,6 milhões de toneladas. A estimativa supera em 1,9 milhões de toneladas o último estudo, que indicava um total de 188,7 milhões de toneladas para o período em todo o País. Cerca de 15% da quantia - o equivalente a 29,8 milhões de toneladas de grãos – deve ser produzido pelo Rio Grande do Sul.
Entre as justificativas para o aumento das expectativas, a Conab destaca a recuperação das lavouras de soja e milho. Ainda assim, as duas culturas ainda apresentam redução significativa na comparação com as primeiras projeções de safra, principalmente na região Sul do País. Além disso, o trigo registrou o maior incremento percentual, de 21,5% (1,1 milhão toneladas a mais), atingindo a marca de 6,7 milhões de toneladas, e o Estado deve ser responsável por 57,5% desta produção.
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Conforme o superintendente substituto da Regional Rio Grande do Sul da Conab, Ernesto Irgang, apesar da variação positiva (8,1% para o milho e 5,6% para a soja), os dados - relativos à última semana de março - confirmam as perdas já verificadas em razão das intempéries climáticas registradas entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014. “O estudo minimiza as estimativas de queda para milho e soja e consolida as produtividades de arroz e trigo”, comenta. Um dos exemplos da distorção pode ser verificado na cultura de soja.
No início do ano, as projeções indicavam que a safra gaúcha chegaria a 13,3 milhões de toneladas. Atualmente, a expectativa, segundo o presidente da Aprosoja-RS, Décio Teixeira, não ultrapassa a marca de 12 milhões de toneladas – o equivalente a 14% do total produzido no País. “Gostaríamos que essa produtividade fosse maior, mas infelizmente a média tem ficado em cerca de 40 sacas por hectare em muitas regiões-celeiro do grão”, analisa.
Por outro lado, Ernesto Irgang, da Conab, destaca que o arroz também teve uma boa avaliação. Com um aumento de 6,6%, o cereal alcançou o total de 12,6 milhões de toneladas. “O arroz se mantém. Houve um pequeno incremento positivo, que confirma uma boa condição de lavoura com mais de 50% da área total colhida. O que pode ocorrer, de agora em diante, é uma tendência de redução da produtividade, o que sempre ocorre com o aprofundamento e a finalização da colheita”, afirma.
Segundo o estudo divulgado nesta quinta-feira, a área total destinada ao plantio no período deve chegar a 56,4 milhões de hectares – alta de 5,3% na comparação com os 53,28 milhões de hectares da safra passada. A soja segue com crescimento de 8,2%, passando de 27,7 para 30 milhões de hectares. As demais culturas com elevação de área foram trigo (14,2%), arroz (0,7%), feijão total (9,2%), algodão (22,4%), mamona (28,5%), girassol (99,6%) e amendoim de primeira e segunda safra (12,3%).
Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Rafael Vigna