As lavouras de grãos apresentam desempenhos cada vez melhores nesta safra. Uma nova estimativa divulgada ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para mais um recorde de produção na temporada 2010/11: 157,41 milhões de toneladas. E o resultado vem acompanhado de alta rentabilidade no campo.
A previsão da Conab, se confirmada, será 8,16 milhões de toneladas superior aos 149,25 milhões de toneladas colhidas na safra anterior, então a melhor marca da história do Brasil. A área plantada deve avançar 4%, para 49,25 milhões de hectares.
"Esse resultado segue a linha do governo de garantir renda ao produtor sem penalizar o consumidor", afirmou, em nota, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. O governo aponta apenas prejuízos pontuais em regiões onde fortes chuvas prejudicaram as lavouras. Mas ressalta o aumento de 1,5% na produtividade média da atual safra.
A soja, eterno carro-chefe do setor rural, responderá por 43,4% do adicional a ser colhido nesta nova safra. A safra do grão renderá 3,54 milhões de toneladas extras e chegará a 72,23 milhões de toneladas na temporada.
Algodão, arroz, feijão, sorgo e trigo complementam a boa performance das lavouras nacionais. A safra de milho, no entanto, desapontará com um recuo de 400 mil toneladas em relação aos 56 milhões de toneladas da colheita anterior.
Nesse período, os grãos tiveram forte impulso de um clima amplamente favorável e, em alguns casos, de preços internacionais nos níveis mais altos da história. "Os produtos vão continuar com preços remuneradores, apesar da alta safra", disse o secretário de Política Agrícola, Edílson Guimarães.
Se a demanda mundial segue em alta, haveria ameaças de disparada dos preços internos dos alimentos? O governo rejeita esse risco: "Não vejo produto agrícola sendo vilão da inflação", garantiu o secretário Edílson Guimarães. Ele informou que o arroz, ao contrário dos demais produtos agrícolas, demanda auxílio do governo.
Fonte: Valor Econômico/Mauro Zanatta | De Brasília
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