A safra de soja do Brasil 2019/20 deve alcançar o recorde de 120,94 milhões de toneladas, projetou nesta terça-feira a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), que elevou levemente a estimativa ante julho e aumentou também a previsão de exportação.
As exportações da oleaginosa foram estimadas em 82 milhões de toneladas, contra 80 milhões no mês passado, quando a Conab via a produção do país na temporada em 120,8 milhões de toneladas.
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“A estimativa das exportações brasileiras de soja em grãos continua muito aquecida devido aos fortes volumes de comercialização antecipada da safra 2019/20 e dólar elevado”, disse a estatal em relatório.
A nova estimativa de produção para a oleaginosa também representa alta de 5,1% em relação ao resultado da temporada 2018/19, apesar dos problemas climáticos registrados nas lavouras do Rio Grande do Sul.
A safra total de milho do Brasil 2019/20 foi estimada em recorde de 102,14 milhões de toneladas, acima dos 100,5 milhões em julho, com um aumento na previsão para a segunda safra.
A Conab projetou colheita de 74,91 milhões de toneladas do cereal na safrinha, devido a um crescimento de 6,7% na área plantada em relação ao ciclo anterior.
Os trabalhos já foram praticamente encerrados em Mato Grosso e ultrapassaram um terço das lavouras no Paraná, os dois principais Estados produtores de milho no país.
A safra de algodão em pluma do Brasil foi estimada em 2,93 milhões de toneladas, ante 2,89 milhões em julho.
“As condições climáticas, de modo geral, favoreceram o bom desenvolvimento das lavouras. Colheita com finalização estimada para setembro”, disse a estatal sobre uma das cultura mais afetadas comercialmente pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo a Conab, até o final deste ano, o principal desafio do setor é manter os contratos já firmados e concretizar as entregas, dado o enfraquecimento da demanda global causada pela pandemia.
“A expectativa agora é que, com a mitigação dos efeitos da crise sanitária, o Brasil exporte cerca de 1,9 milhão de toneladas, patamar próximo ao de 2019”, estimou a estatal.
Com base em dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil (Abit), a Conab disse que o consumo de algodão deve recuar neste ano para de cerca de 570 mil toneladas —patamar em nível dos anos 1980. “Esses serão fatores que pressionarão os preços ao longo dos próximos meses”.
TRIGO
A produção de trigo em 2020 foi projetada em recorde de 6,8 milhões de toneladas, contra 6,3 milhões no mês anterior, segundo a Conab.
O Brasil só ultrapassou a marca dos 6 milhões de toneladas de trigo em quatro ocasiões na série histórica, destacou a estatal.
“Apesar do início de julho ter sido marcado por expressivos volumes de chuvas, as lavouras estão em boas condições, com ótimo estande e potencial produtivo, favorecido pelo clima apresentado até agora”, afirmou.
A Conab ainda pontuou que a produção estimada para o trigo neste ano vem na esteira de preços atrativos que incentivaram o produtor a investir no cereal, além de um processo de retomada em relação à temporada anterior.
“A produtividade deve ser maior que na última safra, sobretudo pela recuperação do rendimento no Paraná, principal Estado produtor”, afirmou.
Na comparação com o ciclo passado, o trigo paranaense registrou aumentos de 10,4% em área plantada e de 41,8% em produtividade. Com isso, a produção deve crescer 56,6%, para 3,33 milhões de toneladas.
A colheita do cereal deve começar neste mês e se intensificar em setembro, enquanto o Rio Grande do Sul —segundo maior Estado produtor—tende a iniciar os trabalhos no mês que vem.
Fonte: Reuters