A Câmara de Deputados do México aprovou ontem a maior reforma do setor energético em 75 anos, que abre a indústria petroleira ao investimento privado e coloca fim ao monopólio estatal.
Após uma tumultuada sessão de 20 horas, 353 parlamentares votaram a favor e 134 contra a reforma que modifica a Constituição e permite ao governo dar contratos e licenças a empresas nacionais e estrangeiras para que participem da exploração e produção de petróleo e gás. Até agora, a estatal Petróleos Mexicanos (Pemex) detinha o monopólio do setor. Será criado ainda o Fundo Mexicano de Petróleo, administrado com uma comissão encabeçada pelo Banco Central, que manejará a riqueza gerada pela renda petroleira.
Por alterar a Constituição, a reforma deve ainda ser aprovada por 17 dos 31 congressos estaduais. As chances de sucesso são grandes, pois o governista Partido Revolucionário Institucional (PRI) é dominante na maioria dos Estados.
Líderes da oposição de esquerda disseram que tentarão impulsionar uma consulta popular para tentar reverter a mudança.
A reforma é sensível a um país que nas últimas décadas viu a indústria petroleira como um símbolo de soberania e nacionalismo. O setor foi estatizado em 1938.
O México é um dos cinco principais exportadores de petróleo para os Estados Unidos, com mais de um milhão de barris por dia.
Depois de décadas de uma crescente produção, a Pemex tem enfrentado problemas nos últimos anos para sustentar a extração de petróleo e gás, o que levou a vários atores a considerar necessário fazer uma mudança profunda para revitalizar o setor.
A produção de petróleo no México teve seu ápice em 2004, com uma média de 3,4 milhões de barris diários. A partir de 2005, começou a decair até os atuais 2,5 milhões de barris.
Fonte:Valor Econômico/Associated Press
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